O juiz da 1ª Vara da Comarca de Nova Mutum, Cássio Leite de Barros Netto, não acatou o pedido de insanidade mental, formulado pela defesa de José Machado Fernandes, 52 anos, acusado de assassinar a vendedora Tânia Ottonelli, 43 anos (foto), em abril passado, em Nova Mutum. O magistrado destacou que “não há quaisquer documentos ou indícios de insanidade do denunciado”, no entanto, adiantou que, caso as alegações sejam comprovadas, poderá analisar um novo pedido.
Cássio ainda mandou notificar a Secretaria de Saúde de Nova Mutum, para que apresente “eventuais exames, encaminhamentos ou atestados médicos” em nome do suspeito. O magistrado marcou para o dia 13 de julho a audiência de instrução e julgamento para ouvir o réu, além de testemunhas e assistentes de defesa e acusação.
José Machado, conforme Só Notícias já informou, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio, cometido por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. A Promotoria ainda entendeu que o crime envolveu violência doméstica e menosprezo ou discriminação à condição de mulher, o que pode agravar a pena em caso de condenação.
José se entregou à Polícia Civil de Campo Novo do Parecis dias após o crime. Em conversa informal, ele confessou e deu detalhes sobre o homicídio aos policiais. Segundo a versão contada na delegacia, ele comprou a faca com a intenção de se matar, pois estava sendo, supostamente, ameaçado pelo namorado da vítima. Porém, de última hora, decidiu assassinar Tânia.
A hipótese apurada é de crime passional. Logo após o homicídio, a delegada Angelina Ferreira disse que Tânia relatou que estava sendo seguida e ameaçada por José, devido ao fim do relacionamento. Após a denúncia, a vendedora conseguiu obter medida protetiva na Justiça e o acusado estava impedido de se aproximar dela. Em caso de descumprimento, seria preso.
Tânia foi brutalmente morta quando estava no canteiro que divide as avenidas Uirapurus e Mutum, na área central da cidade. Ela teria sido seguida pelo criminoso e foi atingida no pescoço e no tórax, segundo os bombeiros, que a levaram ao hospital. A vendedora perdeu muito sangue e não resistiu aos graves ferimentos.
Ela foi velada em um memorial onde estiveram presentes centenas de pessoas. A vendedora foi sepultada em Mutum, onde residia há vários anos e trabalhava em uma loja de confecções. Era viúva e tinha dois filhos.