Os dados de abril do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados esta semana apontam para uma redução de 46% no desmatamento detectado em Mato Grosso em comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de 94 quilômetros quadrados para 51 quilômetros quadrados. Mato Grosso foi o segundo estado que mais desmatou no mês de abril, ficando atrás de Rondônia, que registrou 54 quilômetros quadrados de área desmatada no período. Em terceiro lugar está o Pará, que desmatou 47 quilômetros quadrados.
No acumulado dos nove primeiros meses do calendário atual do desmatamento (agosto de 2015 a abril de 2016) se comparado com o mesmo período do ano passado, Mato Grosso teve uma queda de 12% na área desmatada, passando de 733 quilômetros quadrados entre agosto de 2014 a julho de 2015 para 646 quilômetros quadrados. Essa redução acompanha uma tendência registrada em outros estados da Amazônia Legal.
Análise do Instituto Centro de Vida (ICV), aponta que do total de desmatamento registrado em território mato-grossense, no mês de abril, 61% ocorreu em áreas cadastradas no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), 37% em áreas não cadastradas e apenas 2% em assentamentos.
Dos municípios mato-grossenses, os que tiveram maior área desmatada foram Colniza (29% do total desmatado), Marcelândia (18%), Aripuanã e Nova Maringá (ambos com 8%). Em Marcelândia e Aripuanã, a maior parte dos desmatamentos ocorreram em áreas cadastradas no Sicar (100% e 94%, respectivamente). Outro fato que chama atenção é para o tamanho das áreas desmatadas, que são relativamente grandes, entre 100 e 500 hectares.
Na avaliação de Alice Thuault, diretora adjunta do Instituto Centro de Vida (ICV), embora os dados apontem para índices de redução do desmatamento, ainda há um grande trabalho pela frente rumo ao cumprimento das metas assumidas pelo governador de Mato Grosso, Pedro Taques, durante a Conferência do Clima (COP 21), em Paris. “A redução é um bom indicativo, mas continuamos com um nível de desmatamento que foi qualificado de inaceitável na COP 21 pelo próprio governador. Além disso, os dados registram desmatamentos grandes dentro de áreas cadastradas no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) que precisam ser investigados”, pontou.
O governo do estado se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal em Mato Grosso até 2020.