A Secretaria de Saúde de Cuiabá divulgou, hoje, o resultado do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), de abril deste ano. Em janeiro, o índice era de 11,3% e agora esta em 4,6%. O levantamento é realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses, e identifica os bairros com maiores concentrações de focos do mosquito e os tipos de criadouros predominantes do vetor.
Segundo a técnica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) Moema Couto Silva Blatt o resultado do levantamento foi bastante positivo e reflete o trabalho intenso realizado em Cuiabá, sob o comando do Prefeito Mauro Mendes, no combate aos focos do mosquito.
A partir de novembro do ano passado, essas ações, foram intensificadas nos bairros onde foram registrados os maiores índices de infestação predial e notificações de casos de dengue, chikungunya e zika. O trabalho coordenado pelo Centro de Controle de Zoonoses da Diretoria de Vigilância em Saúde continuou com ações realizadas em pontos estratégicos, e de rotina, dos agentes de combate às endemias (ACE’s).
“A constatação dessa queda, de 68%, representa a redução do risco de transmissão da doença em consequência da redução da infestação larvária no momento da pesquisa”, salientou Moema Blatt.
Diante dos resultados, o secretário de Saúde de Cuiabá, Ary Soares de Souza Junior, disse ser essencial a continuidade das ações para que os índices sejam reduzidos ainda mais em outros pontos da cidade. “Precisamos continuar o trabalho de mobilização, orientação e informação da população, intensificando o combate ao Aedes aegypti, especialmente a limpeza e remoção do lixo”, destacou.
Moema Blatt explicou ainda que as ações de combate aos possíveis criadouros no período de estiagem são fundamentais. “Precisamos eliminar os criadouros ainda existentes agora no período de estiagem para que possamos eliminar os ovos em latência, impedindo a sua eclosão com a chegada das chuvas. Ao reduzir os criadouros na estiagem iniciaremos o período das chuvas com um baixo índice larvário. Precisamos continuar o trabalho dentro das residências, onde estão predominantemente os focos”, explicou a técnica.
Números
Segundo o LIRAa, os Índices de Infestação Predial (IIP) médio do município foi de 4,6%, ainda considerado de Alto Risco, mas bem abaixo do maior índice registrado em Cuiabá, em janeiro de 2014, quando o IIP médio foi de 8,3%, com intervalo entre 4,8% e 17,3%. No levantamento, o estrato com menor IIP abrange a região dos bairros Jardim das Américas, Boa Esperança, UFMT, Jardim Imperial e residenciais da região, e Jardim Universitário.
Em doze estratos (50% do total de estratos levantados) o IIP foi acima de 4,0% (considerado de Risco) e nos outros doze estratos (50%), foi entre 1,0% e 3,99% (Alerta). Nenhum estrato apresentou IIP abaixo de 1,0% que é considerado Satisfatório, mas o mínimo foi 1,7%.
Quanto ao tipo de criadouro, o levantamento mostrou que o maior problema ainda são os depósitos ao nível do solo seguido dos removíveis (lixo da dengue). “Porém, em relação ao LIRAa anterior, realizado em janeiro, houve uma redução de criadouros do tipo removeis, ou seja, o lixo da dengue, especialmente nos estratos em que estão presentes os bairros Pedra 90, Santa Isabel e Cidade Alta”, explicou Moema Blatt. Justamente onde foram intensificadas as ações de combate aos criadouros do Aedes aegypti.
“Considerando que o levantamento foi realizado ainda na estação de chuvas, onde já são esperados IIPs altos, as alterações observadas nos resultados atuais demonstram o importante avanço obtido pelo programa que contou com a parceria de outros setores e instituições engajadas no combate ao mosquito”, ressaltou a técnica ao analisar o impacto causado pela limpeza e remoção do lixo da dengue.
“Esses números são o resultado de ações integradas de limpeza urbana e controle vetorial que já vem acontecendo há alguns anos e sempre foi bem sucedida”, destacou o secretário de Saúde, Ary Soares.
LIRAa
O Programa Nacional de Controle da Dengue define que no LIRAa os bairros que apresentam índices de infestação predial inferiores a 1% estão em condições satisfatórias; de 1% a 3,9% estão em situação de alerta; e superiores a 4% estão com risco de epidemia de dengue.
O objetivo do LIRAa, realizado quatro vezes ao ano de forma a pesquisar o índice de infestação em períodos de chuva, estiagem e transição, é identificar as áreas da cidade com maior proporção/ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes. Estas informações possibilitam intensificar as ações nos locais com maior presença do mosquito Aedes aegypti, que é transmissor não somente da dengue, mas também da zika e chikungunya.