O secretário de Estado de Saúde, Eduardo Bermudez, afirmou, hoje, que os estudos da Câmara Fiscal do Governo de Mato Grosso deverão resultar numa proposta de pagamento do Reajuste Geral Anual (RGA) aos profissionais da saúde, sem que haja interferência no pagamento dos salários em dia. O gestor defendeu o diálogo como fator de resolução do impasse salarial que, segundo ele, poderá resultar no fechamento de 16 escritórios regionais de saúde na próxima segunda.
“A greve é um direito constitucional do servidor público. No entanto, estamos em momento de crise nacional. Uma greve agora seria ruim para a população, ruim para o Estado, que passa a arrecadar menos e, consequentemente, ruim para o servidor porque com arrecadação menor fica mais difícil ter caixa para o reajuste salarial. E o governo vem fazendo um enorme esforço para manter os salários em dia”, disse o secretário.
“É preciso reconhecer que estamos buscando a melhor solução, com base no diálogo. Não parem os hospitais. O que nós queremos é somar forças em prol de uma saúde melhor, com serviços prestados com mais dignidade e qualidade. Os servidores são importantíssimos nesse contexto”, afirmou Bermudez.
O secretário reforçou a disposição do governo em dialogar com o Sisma (Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente), que já aprovou a seguinte pauta: 15 Escritórios Regionais de Saúde fechados e nos quatro Hospitais Regionais obedecendo recomendação da Cartilha de Greve, mantendo 100% dos serviços de urgência e emergência e 30% dos essenciais, com desmarcação dos procedimentos eletivos, com concentração dos servidores nas portas das unidades com faixas de identificação de GREVE GERAL.
“Venho conversando com muitos servidores e a principal reivindicação é o RGA. Muitos estão dizendo que o governo não dialoga, que estamos intimidando servidores, que estamos omitindo números. Repudio tais informações. O governo está fazendo um debate transparente sobre nossas finanças, mostrando que, neste momento, o reajuste tem reflexo direto no pagamento do salário. Existe um trabalho sério, de análise, que deve resultar numa proposta na segunda. Só chegaremos a uma solução com o diálogo”, finalizou Bermudez.
A equipe analisa cenários econômicos para driblar o desequilíbrio fiscal em que se encontra o Estado, causado por fatores como leis de carreira aprovadas em 2014 e obrigatoriamente cumpridas, escassez de recursos federais devido à crise econômica nacional, uma dívida dolarizada acima de R$ 1,7 bilhão e crescimento das despesas acima do crescimento da receita corrente líquida do Estado. Entre os cenários estudados o governo não cogita o não pagamento dos aumentos previstos em lei para diversas categorias.