Lucas da Silva, 22 anos, foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão inicialmente em regime fechado pelo assassinato do técnico em refrigeração Diego Amauri Araújo da Silva, 28 anos. A sessão iniciou às 8h30 e terminou por volta das 16h com a maioria dos jurados acatando a tese de homicídio qualificado.
Lucas já estava preso, desde o ano passado, no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”. A defesa dele havia alegado que as provas apresentadas não eram suficientes para a condenação. No entanto, a tese não foi aceita. O crime ocorreu em fevereiro de 2015 e outros dois adolescentes também estariam envolvidos.
Conforme Só Notícias já informou, a juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, acatou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e marcou o júri popular. Ela entendeu que havia fortes indícios de que o réu teria praticado o crime em razão da vítima ter se recusado em colocar uma música para os supostos agressores ouvirem.
“Consigno, ainda, os indícios quanto à qualificadora do meio cruel, em virtude das inúmeras lesões, em especial as no pescoço e no tórax, pelo que, a priori, extrai-se que supostamente a vítima foi submetida a intenso e desnecessário sofrimento físico”, destacou.
Testemunhas relataram que Diego estava na praça Plínio Callegaro, quando teria tido uma discussão com três rapazes. Segundo os relatos, o desentendimento teria sido causado após Diego, que estava ouvindo música em seu carro, se negar a colocar uma música pedida por um dos agressores. Os suspeitos teriam ido embora e retornado “acompanhados de outros indivíduos, cerca de dez pessoas, aparentemente, menores de idade”. Eles teriam ido em direção à vítima, que correu, mas foi alcançada na rua das Pitangueiras, próximo à praça.
Um dos amigos de Diego relatou que quando chegou no local, encontrou o amigo caído e “dois suspeitos estavam desferindo facadas nele”. Em outro testemunho, “Diego estava caído no chão com a barriga para cima e as mãos levantadas. (…) Um dos suspeitos estava com uma faca em mãos desferindo várias facadas, na vítima na região do peito e barriga. O outro estava com outra faca em mãos e desferindo várias facadas na região do pescoço e nuca da vítima, e o terceiro indivíduo também (estava) desferindo facadas, na região do pescoço e nuca. Todos (…) ao mesmo tempo”.
Policiais do núcleo de homicídios prenderam o principal suspeito de cometer o crime, um mês depois, em uma quitinete no Jardim Primaveras. Durante a ação dos policiais o réu teria se trancado no imóvel, para onde havia se mudado recentemente, mas com a ajuda um chaveiro, a porta foi arrombada e ele foi preso.
O delegado Carlos Eduardo Muniz ressaltou que a prisão do acusado só foi possível depois de ouvir testemunhas apontando ele como principal suspeito. Ele teria chegado a exibir a faca com sinais de sangue a outros jovens, nas proximidades do local do assassinado.
Os dois menores foram apreendidos e liberados após prestaram esclarecimentos.