A juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, decidiu mandar a júri popular um homem de 43 anos, acusado de matar a esposa, Rosalina Armin, 30 anos, no dia 26 de outubro do ano passado, em uma residência, no Jardim das Palmeiras. A magistrada pronunciou o suspeito, que vai responder por homicídio, cometido por motivo torpe, meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra mulher por razões de gênero (feminicídio). Ela ainda manteve a prisão preventiva decretada contra o réu.
Em depoimento à polícia, o acusado disse que indagou se Rosalina o havia traído. Ela teria respondido de forma ofensiva que “não tinha nada para falar com ele” e, em seguida, teria tentado ingerir um pouco de veneno. Neste momento, conforme relatado, ele tentou retirar a garrafa de substância tóxica da boca da esposa, que acabou mordendo. Em sua versão, após ser agredido, o acusado empurrou ela no chão e colocou a mão "por cima da boca" dela. Em poucos segundos, explicou, Rosalina desmaiou e, em seguida, veio a óbito.
Em audiência de instrução, no entanto, voltou atrás e disse que foi tomar banho e, ao sair do banheiro, encontrou a mulher caída, “com a boca espumando e a língua para fora”, circunstâncias que, segundo ele, apontavam que ela havia se envenenado. Ele justificou que ficou nervoso e acabou se envenenando também, porém, ainda conseguiu ligar para um parente e pedir socorro.
Não se sabe ainda como Rosalina foi morta. A Perícia Oficial e Identificação (Politec) apontou, em laudo, que a vítima “provavelmente” morreu por “asfixia mecânica” causada por sufocação direta. A principal hipótese é que o agressor tenha utilizado as próprias as mãos, ou algum objeto, como um travesseiro, para trancar a respiração da vítima. O laudo, no entanto, não foi conclusivo.
Conforme Só Notícias já informou, o marido de Rosalina foi preso logo após o crime e, segundo o delegado responsável pelas investigações, Carlos Eduardo Muniz, confessou que assassinou a esposa. “Em depoimento, o suspeito nos relatou que, motivado por ciúmes da mulher, a matou. Depois do crime, ele ainda tentou se envenenar, mas acabou preso”.
Os policiais foram acionados por um irmão do acusado, que já se encontrava no local do crime. Este afirmou que recebeu uma ligação do suspeito dizendo que obrigou a esposa a ingerir veneno e depois também ingeriu uma dose.
O homem foi encaminhado ao Hospital Regional, tomou medicação, foi liberado da unidade médica e encaminhado ao presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, onde continua preso.
Rosalina foi sepultada em Sinop.