Neste mês em que se comemora o Dia do Índio (19), o Governo de Mato Grosso realizou a primeira visita técnica para levantar as condições estruturais e sociais da população indígena do Estado. O trabalho começou pela aldeia Moygu, localizada no Médio Xingu, próximo ao município de Feliz Natal e ao lado do Posto Indígena Pavuru. São cerca de 500 indígenas da etnia Ikpeng vivendo na região e mais de 5 mil no Parque Nacional do Xingu.
Integraram a equipe do governo, o secretário de Estado de Trabalho e Assistência Social, Valdiney de Arruda, e a adjunta de Assistência Social, Marilê Ferreira, o secretário de Estado de Cidades, Eduardo Chiletto e o técnico da Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI), Roberto Rivelino Dourado.
Em agosto de 2015 líderes Ikpeng recorreram à Setas para falar de suas necessidades, demanda que desencadeou na secretaria uma mobilização com o propósito de estabelecer políticas públicas intersetoriais para os povos indígenas. Por isso a primeira visita técnica ocorreu numa aldeia Ikpeng.
No XIngu a equipe do Governo do Estado conheceu de perto as condições de vida dos indígenas e constatou situação de extrema vulnerabilidade. Um dos problemas observados foi a dificuldade para produzir alimentos de subsistência. As roças ficam muito distantes da aldeia e os indígenas também não tem trator para preparar a terra. Furig Yaprigu Ikpeng, tesoureiro da Associação Indígena Moygu Comunidade Ikpeng (AIMCI), afirmou que todos estão ficando abaixo do peso por conta da falta de alimentos nutritivos.
A secretária adjunta Marilê Ferreira pontuou esta como uma das demandas prioritárias. “Muito nos preocupa esta situação de vulnerabilidade e vamos adotar providências em caráter emergencial, dentro do plano de segurança alimentar”, garantiu a gestora. Alimentos da cesta básica foram entregues na aldeia para já atender este primeiro momento.
O secretário Valdiney de Arruda esclareceu que o papel da Setas para acabar com a extrema pobreza, e que inclui os povos tradicionais, vai além disto.“O governo está implantando uma nova modelagem de assistência social e que passa pela inclusão produtiva com foco no público vulnerável. E neste sentido também têm prioridade os povos tradicionais. Estamos aqui para levantar as demandas e ir em busca de medidas para o desenvolvimento dessa política de inclusão socioprodutiva aqui na aldeia”, ponderou o secretário.
Outra demanda apresentada foi em relação ao transporte fluvial. “Além da questão da alimentação, enfrentamos um grande problema com o transporte de cargas. Quando precisamos deste serviço temos que pagar dois mil reais por viagem. Também temos dificuldade para levarmos os irmãos até a cidade para sacar o dinheiro do Bolsa Família”, informou Furig Yaprigu, pedido reforçado por líderes Ykpeng anciãos.
O secretário de Cidades, Eduardo Chiletto respondeu ao pedido.“Não estamos aqui para fazer promessas que não possam ser cumpridas. Vamos envolver outras secretarias na busca de recursos para viabilizar esta demanda. Não é um processo rápido. Pedimos mais um pouco de paciência, mas deixamos pra vocês a garantia de que faremos todo esforço necessário para atender esta demanda”, afirmou.
Quanto à qualificação profissional, ficou acordado que a Associação Moygu vai apresentar à Setas a relação de cursos que interessam aos indígenas daquela região para que as vagas sejam viabilizadas e disponibilizadas.
“Nós pretendemos desenvolver aqui na aldeia Moygu um projeto piloto de inclusão social e produtiva e nossa expectativa é de levar esta ação para outras aldeias de Mato Grosso e para isso vamos precisar do apoio das lideranças indígenas”, anunciou o secretário Valdiney de Arruda.