A falta de condições mínimas para o exercício da medicina no Pronto Atendimento de Poconé levou o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) a determinar a interdição ética da instituição. A medida passa a valer a partir de hoje até os próximos 30 dias.
A interdição ética é uma suspensão da atividade profissional médica, de caráter provisório ou definitivo, a ser utilizada excepcionalmente para proteger a boa prática médica e o direito à saúde do cidadão. “A medida foi motivada pelos sérios problemas encontrados no hospital e que comprometem o atendimento à população e o desempenho ético-profissional dos médicos”, avalia a presidente do CRM-MT, Maria de Fátima Carvalho Ferreira.
Segundo a assessoria do sindicato, a presidente explica ainda que a interdição ética não significa fechamento da unidade. “Cabe ao gestor decidir ou não o fechamento do hospital. Na interdição ética, os médicos ficam impedidos de dar expediente no local até a Secretaria de Saúde proporcionar as condições mínimas para que eles possam dar atendimento digno e seguro à população”.
Na última fiscalização no estabelecimento, realizada no dia 30 de março, foram encontradas diversas irregularidades graves, entre elas salas sem condições físicas e sanitárias de funcionamento; equipamentos da sala de emergência estragados e sem manutenção; infiltrações nas paredes; banheiros com higiene precária; materiais e equipamentos em mal estado de conservação; falta de equipe e equipamentos mínimos necessários para remoção dos pacientes graves.
Ao fim do período de interdição, uma nova fiscalização será realizada e o CRM-MT decidirá se a medida será revogada ou prorrogada.
O relatório da fiscalização foi encaminhado à Prefeitura de Poconé, Secretaria Municipal de Saúde, Secretária de Estado de Saúde e Ministério Público.