O secretário estadual de Saúde, Eduardo Luiz Conceição Bermudez, sinalizou que o governo deverá conveniar com Instituto Lions da Visão para o atendimento em cirurgias para pacientes que desenvolvem doenças oculares em consequência do diabetes. O projeto denominado “Ritinopatia diabética, eu acredito” visa à realização de cirurgias de deslocamento de retina. A informação foi repassada em reunião articulada pelo deputado Sebastião Rezende com o secretário de Saúde e o diretor do Instituto Lions, Whady Lacerda.
O secretário de Saúde disse que “há uma determinação do governador Pedro Taques em ampliar o atendimento em saúde e viemos conhecer o projeto. Temos que oferecer à sociedade o tratamento para que ela não precise buscar a justiça, então estamos buscando. É plenamente possível ofertar o serviço e estamos procurando alternativas”.
O diretor do Instituto Lions, Whady Lacerda, disse que existem várias doenças oculares que afetam a retina e o vítreo, levando a perda de qualidade de vida e custos sociais elevados. Ainda segundo ele, apesar de Mato Grosso já contar com uma ampla rede para doenças oculares em catarata e alterações de refração, não há serviço adequado para tratamento de casos de retina.
O resultado, disse ele, “é que cada vez mais os pacientes buscam a justiça para garantir o atendimento. Isso cria custos judiciais para o Estado e uma sensação de insatisfação e insegurança nas camadas sociais mais desamparadas. Oferecemos equipe de especialistas comprometidos com o sonho de levar saúde ocular completa para a população”.
Ainda de acordo com Lacerda, a cirurgia de retina realizada hoje em hospitais particulares tem preços de 8 mil a 20 mil. Apesar de não ter um número final, Lacerda garante que, dentro do projeto, a cirurgia ficará bem mais barata. “Teremos o serviço com a mesma qualidade e um preço bem menor”, assegura. Entre as despesas, ele cita o ganho do médico, para quem hoje o SUS paga R$ 1,2 mil para o procedimento que exige o uso de materiais e demanda 5 horas de serviços médicos. “Com o convênio, vamos fazer um preço intermediário entre o que o SUS paga e o que a rede particular oferta, e teremos a adesão dos médicos”, acredita.
A visão, dentre os cincos sentidos, é um dos mais importantes para o reconhecimento do homem com o mundo e está diretamente ligada a 85% de todas as atividades humanas. As doenças oftalmológicas são consideradas um sério problema de saúde pública, pois a perda da acuidade visual compromete a qualidade de vida, interfere na integração e participação da pessoa na sociedade. A baixa acuidade visual limita profissionalmente os indivíduos, chegando mesmo a torná-los incapazes de realizar tarefas que eram comuns ao seu dia a dia.
A deficiência visual severa – cegueira- é responsável pela grande quantidade de brasileiros aposentados, entre 30 e 75 anos de idade. Dados da Previdência Social indicam que, no Brasil, há aproximadamente 2,8 milhões de pessoas aposentadas por invalidez. Desse total, cerca de 213 mil correspondem ao número de indivíduos incapacitados para o trabalho em função da perda da visão.
Mato Grosso conta com uma rede eficiente de estabelecimentos credenciados para tratamento de alterações do segmento anterior do olho, como, por exemplo, alterações de refração e a catarata. Essas patologias, entretanto, constituem somente parte das doenças oculares. Grande parte das doenças oculares, as doenças da parte posterior do olho – doenças da retina e do vítreo – não contam com um serviço eficiente para tratamento da população em nosso estado.
Além da reunião, a equipe fez uma visita ao prédio do Hospital do Lions, que está em construção na região do CPA. Nos próximos dias, o deputado Sebastião Rezende fará uma articulação junto aos demais 23 deputados, que visa ao direcionamento de emendas para a obra, de acordo com assessoria.