Enfermeiros e profissionais do setor de manutenção protestaram, ontem à noite, na câmara municipal, pedindo apoio dos vereadores para que a Secretaria Estadual de Saúde resolva pendências salariais. Eles levaram cartazes cobrando: ‘cadê a nossa rescisão? O gato comeu’, ‘Hospital Regional carteiras retidas dos funcionários demitidos’ e ‘falta salários para os trabalhadores do regional”. Alguns alegam que não houve solução para rescisões dos contratos e querem liberação das carteiras de trabalho que estariam retidas há 60 dias.
Segundo a representante na região Norte do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso, Ivone Oberdenge, mais de mais de 70 funcionários foram demitidos do Hospital Regional de Sinop e não receberam os direitos trabalhistas. “Estamos pedindo ajuda dos vereadores. Fomos demitidos em fevereiro e até agora não tivemos solução nenhuma. Nem que iremos receber ou não. Nossas contas estão todas atrasadas porque estamos aguardando eles fazerem os pagamentos das nossas rescisões”, apontou.
O vice-diretor financeiro da Fundação Comunitária de Saúde Santo Antônio, João Carlos Girardi explicou, ao Só Notícias, que os funcionários que foram demitidos estavam com dois registros na carteira de trabalho contrariando a legislação. “O que houve, é que a gestora fiscal do Estado que esta junto com a fundação no hospital fez algumas readequações de acordo com o que é legal e cabível para a estrutura. O Hospital Regional ainda está na fase de transição. Um levantamento foi constatado que havia excesso de pessoas em alguns setores. Por isso, foi feita uma readequação de acordo com que preconiza a legislação. As demissões foram por esse motivo. Um exemplo, de uma enfermeira que trabalhava 12hs no Hospital Santo Antônio gerida pela fundação, também trabalhava 12hs no regional. Não tem como manter essa funcionária nas duas estruturas. Esses funcionários tiveram que optar pelo Santo Antônio ou Regional, pois as duas entidades são administradas pela fundação. Os interventores que passaram pela unidade cometeram esses equívocos que confronta a legislação”, explicou.
Referente a retenção das carteiras de trabalho dos funcionários, o vice-diretor financeiro negou ser responsabilidade da fundação. “É de responsabilidade da antiga administração no período que o hospital estava sobe intervenção do Estado. Alguns funcionários estavam com alguns problemas com exames admissional. Então o que a fundação esta cuidado é para que nenhum direito desse pessoal que estava trabalhando ou que continua seja lesado. Se está havendo essa demora no pagamento é para que seja avaliado e o funcionário não seja lesado na rescisão de contrato”.
O vereador Fernando Assunção (PSDB) disse, ontem à noite, após o manifesto, que a intervenção gerada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) criou uma situação caótica, prejudicando o trabalhador. “O movimento do trabalhador é legítimo e democrático e tem que ser respeitado. Nós vivemos uma fase em que a intervenção gerada pelo ex-governador criou esse cenário caótico com vários prejuízos ao trabalhador. A fundação assumiu essa herança ruim de administração e agora precisa corrigir e pagar os contratos e manter a regularidade com os devidos pagamentos em exercício”, apontou.