O Hospital Regional de Sorriso confirmou, hoje, que está tratando de dois pacientes (idades não divulgadas) com a síndrome de Guillain-Barré. Até o momento, apenas um recebeu alta, enquanto o outro continua internado na unidade médica. O neurocirurgião Fernando Zuniga explicou que apenas a fase crítica foi tratada com internamento. “A fase mais difícil necessita de medicação específica, que o hospital se esforçou muito para conseguir. Passado este período, a pessoa recebe alta para se tratar em casa”.
Segundo o médico, em ambos os casos, a síndrome foi precedida de infecção pelo zika vírus. “É importante lembrar que a Guillain-Barré pode acontecer com qualquer doença inflamatória, inclusive dengue e gripe. Aconteceu recentemente um aumento no número de casos, em virtude da zika ter uma predisposição ao tecido cerebral”, explicou.
Zuniga ainda detalhou e alertou sobre os sintomas da doença. “Começa de forma muito sutil, com formigamento nos pés e perda de força. Este formigamento vai subindo pelo corpo. Nas primeiras semanas, são sintomas delicados, que se acentuam e pode comprometer a parte respiratória. Neste caso, é preciso colocar a pessoa em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Alguns ficam com sequelas, mas a história natural da Guillain-Barré é de recuperação total”.
Em Mato Grosso, foram registrados, até o início da semana, casos da doença em Rondonópolis, Cuiabá, Cáceres e Guarantã do Norte. O Estado também notificou mais de 7,4 mil casos de suspeita de zika.
A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca muita fraqueza muscular, danificando-os gravemente. O dano nervoso provocado pela doença provoca formigamento, fraqueza muscular e até mesmo paralisia. A síndrome de Guillain-Barré costuma afetar mais frequentemente o revestimento do nervo (chamado de bainha de mielina). Essa lesão é chamada de desmielinização e faz com que os sinais nervosos se propaguem mais lentamente. O dano a outras partes do nervo pode fazer com que este deixe de funcionar completamente, informa o site Minha Vida.
(Atualizada às 17:21h)