Com mais de três anos em atraso, as obras da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pascoal Ramos estão paradas há cerca de dois meses. De acordo com o presidente do bairro e membro do Conselho Municipal de Saúde, Edimilson Batista, a edificação da unidade já está em fase final, mas a empresa responsável ainda estaria aguardando o pagamento da Prefeitura por alguns aditivos relacionados a obra.
As obras foram iniciadas em abril de 2012, com a previsão de conclusão para 180 dias, ou seja, para outubro daquele mesmo ano. Foram investidos R$ 2,6 milhões do governo federal e R$ 560 mil da Prefeitura de Cuiabá, totalizando o valor inicial de mais de R$ 3 milhões. A previsão é de que quando em funcionamento a UPA atenda cerca de 250 mil pessoas na região, contribuindo assim para aumentar a cobertura da atenção básica na Capital que hoje cobre cerca de 40% da população.
Os atrasos são tantos, que a população do bairro Pascoal Ramos não acredita no funcionamento da UPA ainda este ano. Moradora do bairro há 15 anos, Maria de Lurdes Ferreira, 52, afirma que a população já perdeu as expectativas. “Foram tantas vezes que disseram que iam inaugurar, que agora a gente nem se empolga quando dão uma data”. Ela lembra que enquanto a unidade não entra em funcionamento muita gente padece por falta de atendimento. “Se a UPA já estivesse aberta, a situação seria melhor para a gente que mora distante do centro de Cuiabá”.
Segundo Batista, a população esta desanimada, já que, faltando pouco para terminar a obra, os atrasos continuam. “No ano passado ela ficou parada alguns meses e foi retomada. Agora desde novembro foram paralisadas novamente”. Conforme ele, com a abertura da unidade serão beneficiados moradores dos bairros mais populosos da Capital como o próprio Pascoal Ramos, Jardim Industriário, Pedra 90, São Sebastião, Osmar Cabral, Nova Esperança, Del Rei, Tijucal, Residencial Coxi-pó Parque Cuiabá, Real Parque, comunidades rurais, entre outros.
Problemas – Batista lembrou ainda que o muro da unidade foi construído desrespeitando as leis municipais que definem o espaço de calçada. O muro da unidade avançou 5,5 metros, deixando o passeio público com apenas 1,80m. “Isso está na justiça, pois se nós moradores temos que respeitar as leis, a prefeitura também tem que respeitar as próprias leis”.
A situação também tem trazido transtornos a Creche Manoelina de Jesus, durante a chegada e a saída das crianças. “Estreitaram a calçada, e aí quando vamos deixar ou buscar, muitos pais e crianças são obrigados a se arriscar caminhando pela rua por causa do tumultuo”, afirmou Batista.