O principal acusado de matar a sinopense Alayne Bento Martins, 23 anos (foto), no final de setembro do ano passado, e forjar um acidente como consequência da causa da morte, teve um novo pedido de liberdade negado, desta vez, em 2ª instância. A defesa ingressou com pedido liminar e alegou que o réu estaria “submetido a constrangimento ilegal, ante o indeferimento do pedido de revogação da prisão preventiva em favor do paciente, eis que sofre de fundamentação idônea”.
O relator do pedido, desembargador Ronaldo Marques Valle, no entanto, destacou que não constatou nos autos “evidência de ilegalidade ou abuso de poder”. O habeas corpus foi julgado nas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Pará e ainda deve ser submetido à análise dos demais desembargadores.
Foi o terceiro pedido de liberdade negado interposto pela defesa de R.R.D., 37 anos. Os dois primeiros haviam sido analisados pelo juiz da Vara Única de Novo Progresso (PA), Roberto Rodrigues Brito Júnior. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o acusado, pelo suposto homicídio, foi aceita pelo magistrado, no início de janeiro, conforme Só Notícias já informou.
O suspeito foi preso, no início de novembro, em Novo Progresso, onde Alayne morreu. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Daniel Mattos Matias Pereira, o réu alegou, ao depor, que a vítima caiu, acidentalmente, de uma Dodge Ram, em movimento. No entanto, diversas contradições no depoimento teriam motivado o pedido de prisão preventiva.
Segundo Daniel, a jovem não apresentava ferimentos compatíveis com a queda de um veículo. “Achei estranhas algumas lesões na cabeça e na base do nariz. Ela não apresentava ralados na pele também. Além disso, eu visitei o local onde ela teria caído. Como que uma pessoa cai em um local onde há extensa faixa de terra e chega limpa no hospital? Como sofre um acidente em um dia chuvoso e as roupas estão secas quando é socorrida? São alegações ilógicas. Controversas. Por isso, o indiciei por homicídio”.
Anteriormente, a mãe dela, Ana Cristina Bento de Oliveira, havia contestado a versão de que a filha morreu em decorrência do acidente. O acusado de cometer o crime é o ex-namorado de Alayne e, segundo Ana Cristina, a filha e o suspeito se relacionaram por cerca de oito meses e estavam separados. Alayne foi até à cidade paraense para passear na casa de amigos e teria encontrado o acusado.
A sinopense morreu dia 29 de setembro. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao Pronto Atendimento do município paraense, de onde foi transferida para uma unidade médica particular, não resistiu e foi sepultada em Sinop.