A greve dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completou quatro meses no dia 4 deste mês e não tem previsão de término. Cerca de 36 mil pessoas deixaram de ser atendidas nas agências do órgão no Estado. A demanda mensal é de aproximadamente nove mil perícias, mas desde o início da greve o número caiu para três mil. Ao todo, 35 profissionais atuam em 12 agências de Cuiabá. Além disso, 12 peritos médicos atendem os postos de Sinop e região.
A paralisação afeta os segurados que necessitam de perícias para receber benefícios, já que o atendimento está reduzido em cerca de 70% nas unidades do INSS. Apenas 30% dos médicos mantêm atendimento nas agências.
O delegado da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Birston Cristiano da Silva, informa que cerca de 300 perícias deixam de ser feitas por dia na capital mato-grossense. “O governo insiste na estratégia de não negociar. Porque nossa pauta de reivindicações não está baseada em salário e sim em reestruturação de condições de trabalho”.
Entre as reivindicações, está a adequação da jornada de trabalho para 30h e a mudança de critérios para recebimento de gratificações. “Nossos salários estão cortados há quatro meses. A greve não foi considerada ilegal, mas ainda assim cortaram. Foi de maneira absolutamente arbitrária”.
Ele argumenta que os servidores recebem gratificação baseada na fila de espera por atendimento, mas avalia que os médicos não têm controle sobre o número de segurados e de peritos contratados. “Desde 2010, não se contrata em Cuiabá. A quantidade de médicos está reduzindo e dos segurados aumentando. A gratificação não pode ser baseada na fila”.
A negociação entre a categoria de médicos peritos com o governo é feita por meio do Ministério do Planejamento. Em nota, a pasta informou que a carreira dos médicos peritos do INSS não está entre as categorias de servidores que assinaram termos de acordo salarial com o Executivo.
O ministério afirma que o governo apresentou à Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) uma proposta que contempla a maioria dos pontos exigidos na mesa de negociação. O único ponto de discordância é a exigência dos médicos de redução da jornada de trabalho, de 40h para 30h semanais, sem perda de remuneração.