Cerca de 10 mil processos estão parados nos despachantes devido à greve dos servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que hoje, completou 14 dias. O processo para confecção de Carteira Nacional de Habilitação e renovação também está prejudicado.
O presidente do Sindicato dos Despachantes, Adilson Ribeiro, explica que é possível abrir o processo pelo Sistema on-line, mas a auditoria que precisa ser feita no Detran não ocorre. Segundo ele, cerca de 70% de todos os processos que são ingressados no Detran são feitos pelos despachantes. “Se os servidores voltassem hoje não iríamos ver a fila no Detran, porque agora é tudo agendado. Mas teríamos uma ‘fila virtual’. Acredito que dos cerca de 10 mil processos o setor de vistoria levaria uma semana para colocar o trabalho em dia”, avalia.
Para a presidente do Sindicato das Autoescolas, Niceia Arruda, os centros de formação de condutores também estão sendo prejudicados. “Nós não somos contra a greve, pois todos os trabalhadores têm direito de lutar pelos direitos, mas queremos que a lei da greve seja cumprida. Achamos que os 30% não pode ser só em determinados setores, tem que ser em todos. Estamos sendo castigados. Já até encaminhamos um ofício ao Detran para saber porque os usuários são atendidos no balcão e as autoescolas não”, aponta.
Já a presidente do Sinetran, Daiane Renner, explica os motivos pelo qual a categoria decretou greve. “Não estamos reivindicando nenhum absurdo que irá quebrar o Estado, mas apenas o que é justo, visto que estamos sem atualização da tabela salarial desde 2011. Não estamos reivindicando um aumento para ser pago integralmente na próxima folha, mas uma proposta razoável, que de fato corrija a discrepância salarial que a categoria enfrenta diante da política salarial no Estado”.
Na sexta-feira (22), após não comparecer a reunião no Núcleo de Mediação do Tribunal de Justiça, por meio de nota, o governo do Estado afirmou que a greve dos servidores da autarquia é ilegal, por isso, não irá mais negociar com grevistas. Justificou que a equipe econômica do governo compareceu à primeira audiência de conciliação, na última segunda-feira e realizou reunião com a diretoria do sindicato na quarta-feira (20), mas não chegaram a um acordo. Anunciou ainda que haverá corte de ponto daqueles que não comparecerem ao posto de trabalho.