O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) está investigando a atuação do secretário de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, por fatos que ocorreram após o início da apuração de um suposto esquema de interceptações telefônicas clandestinas. A informação faz parte da decisão do desembargador Orlando Perri, que na última sexta-feira (4) decretou a prisão preventiva do advogado Paulo Taques, ex-secretário-chefe da Casa Civil. Rogers nega qualquer irregularidade em sua conduta.
Conforme Perri, Paulo Taques, solicitou a Rogers cópia de um procedimento que apura a ocorrência de interceptações clandestinas em Lucas do Rio Verde, durante as eleições de 2016. A investigação deste episódio está sob sigilo. Para o magistrado, o correto seria Taques solicitar tais informações ao delegado responsável pelo caso e não ao superior dele, no caso o secretário.
“E o curioso, para não se dizer inusitado, é que o Secretário de Segurança Pública, simplesmente, ‘proferiu decisão’ no pedido feito, determinando o fornecimento de cópias, mesmo sabendo que os fatos eram sigilosos”, pontua o magistrado.
Para o desembargador, a conduta de Paulo Taques se configura em influência indevida nas investigações, um dos motivos apontados por ele para decretar a prisão do advogado. “Além disso, a intenção de Paulo Taques, a meu sentir, não era apenas obter informações a procedimentos sigilosos, mas, sobretudo, mandar recado ao delegado de polícia responsável pela investigação”, completa Perri.
Além da solicitação de Paulo Taques, Rogers teria, sem que houvesse nenhum procedimento instaurado, convocado a delegada Alana Derlene Sousa Cardoso a prestar esclarecimentos. “O detalhe é que não se sabe, ao certo, a que título a Delegada Alana foi inquirida, pois, até aquele momento, não havia nenhum procedimento instaurado”, explica o desembargador.