Cerca de 200 indígenas da etnia Munduruku, da bacia do Tapajós, desocuparam os alojamentos e o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica São Manoel, localizada no rio Teles Pires, entre os municípios de Alta Floresta e Paranaíta (391 quilômetros de Sinop). A liberação ocorreu após uma reunião com representantes da empresa e da Fundação Nacional do Índio (Funai). As negociações terminam, ontem, às 23h, e eles deixaram o local, hoje, por volta das 5h. A informação foi confirmada pela assessoria da hidrelétrica, ao Só Notícias.
Não foi informado quais pontos da pauta de reivindicações foram atendidos. No entanto, eles cobravam informações do local onde foram colocadas as urnas funerárias de índios supostamente assassinados na região. Exigem que a empresa hidrelétrica criem o ‘Fundo Munduruku’ para construção de uma universidade indígena, proteção dos lugares sagrados e preservação da cultura e história deles.
Eles cobram demarcação e homologação das terras indígena Sawré Maybu. Eles exigem que o governo realize uma consulta livre, prévia e formada de acordo com o protocolo Munduruku, para construção de qualquer obra que causa impacto direto aos índios. Além disso, eles cobram a parecença do presidente da Funai, Ministério da Justiça, diretores da UHE São Manoel e Teles Pires, Ministério Público Federal, Ministério do Meio Ambiente, de Minas e Energia e do presidente do Ibama.
Conforme Só Notícias já informou, os indígenas chegaram ao canteiro de obras da usina, na madrugada do último sábado (15). A decisão de ocupar pacificamente o local ocorreu após um encontro de índios mundurukus ‘Aya Cayu Waydip Pe’, no dia 10 de maio, na aldeia Santa Cruz, no município de Jacareacanga, no Pará. Neste encontro foram discutidos os problemas causados pela construção da empresa hidrelétrica, no rio Teles Pires, em Paranaíta.