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Cuiabá será sede do 1º Encontro Mato-grossense de Aleitamento Materno

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A importância do aleitamento materno será o foco do 1º Encontro Mato-grossense de Aleitamento Materno (EMAMA), que será realizado em Cuiabá no período de 2 a 4 de agosto. O evento deverá reunir mais de mil pessoas, entre servidores da saúde do Executivo Estadual e dos 141 municípios, representantes de unidades de saúde particular, acadêmicos de Medicina, Enfermagem e Assistência Social, além de entidades sociais que atuam em defesa dos direitos da criança e das mulheres.

A realização é da Superintendência de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), e organização da Coordenadoria de Promoção e Humanização da Saúde. Agosto foi escolhido para a realização do EMAMA pelo fato de ter sido instituído por Lei Federal o "Agosto Dourado".

A ideia de dedicar um mês do ano para o aleitamento materno foi do servidor de carreira da SES, Rodrigo Carvalho. No final de 2012, ele propôs ampliar a promoção do aleitamento materno de uma semana, conforme a Semana Mundial do Aleitamento Materno, para um mês. Esse projeto ganhou força em todo o país, e, em 12 de abril de 2017, se consolidou por meio da Lei Federal nº 13.435, que instituiu agosto como o mês do Aleitamento Materno.

O idealizador do projeto explica que a cor dourada representa o padrão ouro do leite materno para o recém-nascido e crianças com até dois anos de idade. O dourado é simbolizado em um laço que representa a mãe e o filho, e o nó do laço simboliza a família, de onde deve vir o primeiro apoio ao aleitamento.

O 1º EMAMA vai proporcionar à população em geral espaços de oficinas, rodas de conversa, apresentação de trabalhos científicos sobre o tema relatando experiências positivas que foram desenvolvidas em 2016, apresentações culturais voltadas para a amamentação, inclusive com a presença da musicista Isadora Canto, fundadora do “Materna em Canto” e do projeto Acalanto Brasil, além de premiações a profissionais dos setores público e privado que atuam em defesa do aleitamento materno em Mato Grosso e em outras partes do país.

“É uma oportunidade para a sociedade fortalecer os laços de proteção à amamentação, aumentar o índice de aleitamento no estado e avançar na política pública de promoção e apoio às ações municipais de saúde integral à mulher e à criança”, enfatizou Rodrigo Carvalho.

O aleitamento está relacionado entre os 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável do mundo. Por essa razão, organismos internacionais defendem mais cuidados com as lactantes, a abertura de espaços públicos e privados para a amamentação, sala de apoio em ambiente de trabalho com horários específicos para a mãe poder amamentar o filho, mais abertura de banco de leite e a defesa do direito da mulher amamentar, sem discriminação e preconceito.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o leite materno como alimento exclusivo para bebês e crianças por seis meses ou até dois anos de idade. O colostro é considerado a primeira vacina do recém-nascido.

O leite materno ajuda no crescimento, reduz índice de obesidade, diabetes, doenças vasculares, infecções respiratórias e protege contra a diarreia 14 vezes mais em relação a quem não recebe o leite natural. Esses dados são de uma pesquisa iniciada em 1982 e desenvolvida durante mais de 30 anos, com resultados científicos publicados em 2015. O estudo foi realizado pelo professor emérito da Universidade Federal de Pelotas, o epidemiologista Cesar Victora, primeiro pesquisador brasileiro entre os vencedores do Prêmio Gairdner, a mais importante premiação científica do Canadá e um dos mais respeitados mundialmente na área da ciência da saúde.

Cesar Victora acompanhou o crescimento de 3.500 bebês brasileiros e constatou, além dos benefícios à saúde física, desempenhos melhores em testes de QI na idade adulta. De acordo com o pesquisador, a amamentação tem impacto exclusivo sobre a mortalidade infantil e a nutrição nos primeiros anos de vida, na infância até a fase adulta. Este estudo definiu o rumo de políticas e campanhas de saúde pública, adotadas internacionalmente.

A pesquisa aponta ainda que a saúde neonatal e infantil contribuiu para a economia do país, na medida em que reduz despesas hospitalares com internações, medicamentos e cirurgias; reduz a licença médica dos pais e contribui para o crescimento saudável. “É um ciclo de benefícios completo, com custo zero por ser um produto natural, não tem resíduo químico, tem a temperatura certa e é de livre demanda”, destacou Carvalho.

O leite materno também traz benefícios à saúde da mãe. De acordo com o mastologista João Bosco de Barros Wanderley, a amamentação diminui a incidência de câncer de mama e de ovário, acelera a recuperação do útero e evita a anemia.

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