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Pesquisa aponta que 75% dos caminhoneiros que passam pela BR-163 em MT estão acima do peso

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O excesso de peso atinge 75% dos motoristas profissionais que percorrem a BR-163, em Mato Grosso, e o estilo de vida é apontado como o grande responsável por esta realidade, que pode levar ao desenvolvimento de problemas de saúde graves, como doenças cardiovasculares, renais, hepáticas, entre outras. A boa notícia para este Dia dos Caminhoneiros, comemorado em 30 de junho, é que essa realidade pode mudar.

Levantamento realizado pela Rota do Oeste aponta que 35% dos motoristas apresentam sobrepeso, 28% apresentam obesidade grau 1, 9% estão na faixa de obesidade grau 2 e 3% se enquadram no patamar de obesidade grave. Os dados foram coletados no decorrer de 2016 durante o programa Parada Legal do Oeste, que leva ações de saúde a este público, que representa mais de 60% dos motoristas que trafegam pela rodovia.

A médica nutróloga Gabriela Coutinho destaca que o excesso de peso, na maioria dos casos, está relacionado à alimentação rica em carboidratos e gorduras, aliada a falta de exercícios físicos. “Este público específico tem um agravante que é o consumo de bebida alcoólica com certa frequência, nos momentos que estão descansando. A combinação de uma dieta desregrada com a bebida aumenta muito as chances do aparecimento de doenças cardiovasculares, infartos fulminantes, crises hipertensivas, aumento do estresse, sem contar problemas no fígado e rins”.

A especialista lembra que uma dificuldade encontrada pelos caminhoneiros durante as viagens é a oferta de uma alimentação balanceada, uma vez que os restaurantes existentes nas rodovias oferecem refeições gordurosas, com muito carboidrato e pouca opção de legumes e verduras.  “Uma recomendação seria o caminhoneiro preparar a sua refeição, como era muito comum no passado. Dá mais trabalho, mas é possível levar uma geladeirinha e um fogão pequeno no caminhão para ter essa alimentação mais adequada”.

Outra opção é a escolha por alimentos mais saudáveis, aumentando a ingestão de legumes e verduras e reduzindo o que faz mal à saúde e favorece o aumento de peso. “O acompanhamento médico é importante também para adotar as medidas saudáveis de forma orientada. Em alguns casos é necessário até mesmo fazer o uso de medicamentos para auxiliar na perda de peso. Mas isso deve acontecer somente com recomendação de um especialista para evitar outros problemas”.

Com 160 quilos, o caminhoneiro Ely Bezerra, 30 anos, faz parte do grupo que está acima do peso e busca mudança. A alteração na alimentação e a preocupação com a saúde o levaram a perder 15 quilos nos últimos cinco meses. Relata que permaneceu oito meses sem trabalhar para focar na qualificação profissional e engordou muito nesse período. Junto com o excesso de peso veio o aumento na taxa do colesterol e a preocupação.

“Parei de jantar e cortei os alimentos gordurosos, ainda não consegui parar de beber refrigerante, mas estou cuidando para emagrecer ainda mais. Passei a ficar preocupado com o peso quando vi o colesterol subindo. O médico avisou que precisava emagrecer para melhorar a saúde”.

Bezerra está entre os 2,2 mil caminhoneiros que foram atendidos pelo Parada Legal realizado na BR-163. Para ele, a iniciativa da Rota do Oeste de levar atendimento médico ao local de trabalho do motorista profissional, que é a rodovia, é muito importante. “Nós nunca temos tempo para ir ao médico. Estamos sempre trabalhando e a saúde acaba em segundo plano. Quando o atendimento médico vem até nós, fica muito mais fácil”.

A nutróloga complementa que esta pode ser o ponto de partida para que o caminhoneiro passe a cuidar da saúde. “Muitos nem sabem dos problemas de saúde e mudam de vida quando tomam conhecimento da situação. É importante que ocorram essas ações sim, é uma forma deles ficarem sabendo como está a saúde e o que podem fazer para melhorar”.

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