O presidente da câmara municipal, Fábio Gavasso (PSB), disse agora há pouco, ao Só Notícias, que está confirmado para amanhã o protesto para pressionar o governo estadual a quitar débitos com empresas fornecedoras e funcionários do hospital regional sorrisense. "A concentração vai ser amanhã, às 15h30, em frente ao hospital, vamos caminhar até a BR-163, onde vamos trancar a rodovia por uma hora. Queremos uma manifestação pacífica e sem politicagem. O objetivo é chamar a atenção das autoridades para que o hospital não feche as portas" e que o manifesto é devido "a falta de respostas para os problemas do hospital".
Ainda de acordo com o presidente, que é um dos organizadores do protesto a "Associação Comercial e Câmara dos Dirigentes Lojistas estão apoiando a causa. Eles pediram para que os empresários fechem os estabelecimentos no horário marcado para manifestação e liberem os funcionários para participar. Também devem estar presentes representantes dos 15 municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal Teles Pires (do hospital).
“Queremos que sejam colocados em dias os pagamentos e que seja mantida uma regularidade. Não adianta pagar agora e daqui três meses estar devendo e nessa situação de novo. Um outro pedido é para que o consórcio assuma o hospital, mas para isso, primeiro tem que regularizar as contas”, concluiu Gavasso.
O protesto, conforme Só Notícias já informou, foi definido na segunda-feira, durante encontro de vereadores e prefeitos, além de lideranças de entidades e servidores. Inicialmente, no encontro na câmara, não houve consenso porque vários prefeitos e vereadores foram contrários ao bloqueio. Em seguida, houve reunião na prefeitura com as lideranças políticas regionais e foi aprovado o bloqueio.
Uma equipe técnica da Secretaria de Estado de Saúde, coordenada pela secretária adjunta de Serviços de Saúde, Inês de Souza Leite Sukert, está em Sorriso para fazer um diagnóstico da situação do Hospital Regional local e preparar um plano de ação para manter a unidade funcionando. “A ordem do secretário de Saúde, Luiz Soares, é fazer um levantamento pontual de cada setor do hospital, desde a recepção onde é feito o atendimento, enfermaria, lavanderia, alimentação, na área clínica e cirúrgica, além de conferir notas fiscais e contratos com os prestadores de serviços ao hospital, especialmente os casos que geraram bloqueio judicial, para evitar pagamento em duplicidade, como já se verificou”. Ela também confirmou que a enfermeira Luciene Fernanda Benin, que é servidora de carreira, assumiu a direção geral do hospital, substituindo Ligia Leite (também servidora de carreira) que entregou o cargo.
As dívidas com fornecedores seriam de aproximadamente R$ 8,2 milhões. Algumas empresas estão há seis meses sem receber e os funcionários também estão com pagamentos atrasados. Também foi anunciado que os pacientes que estão em UTI do centro cirúrgico, na UTI neonatal e que precisam de (oxigênio) teriam de ser transferidos.
A secretaria estadual de Saúde informou que "foram liberados R$ 54 mil para pagar empresa de alimentos e a nota fiscal foi emitida em março, mas a direção do hospital somente enviou a nota para o financeiro da secretaria neste mês de maio. Uma nota fiscal de outro fornecedor de R$ 13,456 mil enviada este mês, também referente a março, está pendente de pagamento porque faltou uma certidão, que já está sendo providenciada pela direção para que o valor seja pago. Em relação à lavanderia, houve um entendimento para que os serviços sejam mantidos, já que até sexta-feira parte do valor pendente será quitado.
A secretaria estadual de Saúde também informa que está fazendo um levantamentos dos pagamentos feitos a fornecedores no período de janeiro e fevereiro mediante bloqueio judicial de R$ 3.142.082,33 para que não haja pagamento em duplicidade, já que a quitação dos débitos é feita diretamente pela direção dos hospital".