Mato Grosso tem grande potencial para o ecoturismo, turismo sustentável, diversas opções de lazer em contato com a natureza, ofertado durante o ano todo. Um dos exemplos que tem dado certo, é o distrito de Bom Jardim, em Nobres. Segundo Álvaro Ornellas, o município “aponta como um dos principais destinos, uma joia do ecoturismo para o mundo dos negócios”.
A discussão realizada durante a Feira Internacional de Turismo do Pantanal – FIT Pantanal 2017, trouxe Nobres como um dos destinos do ecoturismo mato-grossense que caminha para a consolidação. O município integra o chamado “Corredor Turístico”, juntamente com outros polos, sendo eles: Pantanal, Chapada dos Guimarães, Baixada Cuiabana, e a região do Araguaia. O objetivo da atual gestão do Governo de Mato Grosso é criar um ambiente de negócios favorável ao desenvolvimento da atividade no Estado.
O coordenador de Planejamento da secretaria adjunta de Turismo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT) Diego Beserra, falou das ações da pasta em prol do desenvolvimento do destino turístico. “Nobres é um dos destinos com maior potencial para o ecoturismo, e temos trabalhado para isso. Ainda necessita que a atividade de turismo ocorra com base na sustentabilidade para preservação do local. Uso sustentável e conservação, consciência ambientalista, e o envolvimento da comunidade local, são fundamentais para a consolidação como roteiro de turismo ecológico”.
“Em 2015, realizamos uma série de oficinas no Corredor Turístico, e fizemos questão de trabalhar com os três atores: poder público local, iniciativa privada e sociedade civil organizada. A proposta foi identificar potenciais, demandas prioritárias do destino. Nobres, embora destino de ecoturismo, está ainda em fase de organização. Tem deficiência em infraestrutura turística e geral. É preciso que haja investimentos não só em estrutura física, bem como divulgação e comunicação, sinalização turística, intervenções que são necessárias não só por parte do poder público, como também dos empreendedores locais”.
A diretora técnica do Sebrae-MT, Leide Katayama, destacou a importância do comprometimento dos envolvidos para o desenvolvimento da região como destino turístico. “São as pessoas que fazem o turismo. O Sebrae desenvolveu um trabalho em Nobres que foi o Lidera Turismo. Esse processo é uma metodologia para construir uma governança local, porque antes de discutir a participação popular, nós entidades, com a responsabilidade de fazer o desenvolvimento desse processo, temos que pensar primeiro em estabelecer a governança. É preciso pessoas comprometidas e engajadas no processo de desenvolvimento, para termos alcançarmos a consolidação do destino”.
O primeiro operador de turismo em Nobres, Alex Vieira, da Trip Nobres, falou do início do trabalho no município, que até pouco tempo era roteiro apenas para pesca. Segundo ele, muita coisa mudou de lá para cá. “Nobres era conhecido apenas como um roteiro de pesca. Somente duas propriedades trabalhavam com ecoturismo. Foi por meio do Governo do Estado, que se começou a pensar em ecoturismo. Foi uma evolução muito grande. Visitei Bonito (MS) para conhecer e aprender com eles”.
Vieira lembrou da dificuldade para divulgar o tema no município e das parcerias para qualificar as pessoas. “Fizemos palestras com os proprietários e funcionários, apresentamos o potencial de Nobres para ser um atrativo turístico para além da pesca. Enfrentamos muita resistência. Buscamos parcerias com o Sebrae para a qualificação e contamos com a rodovia do Manso, que muito favoreceu o acesso ao local”.
Quanto às dificuldades, Vieira ressalta que o maior problema enfrentado é a regularização fundiária, que depende da esfera nacional. Ele ressalta ainda que apenas 10% do potencial de Nobres é explorado.