A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e representantes de comunidades rurais fizeram uma passeata percorrendo a avenida Júlio Campos até a praça Plínio Callegaro, na região central do município, esta tarde. Eles empunharam algumas faixas e uma delas dizia: “Privatizar não é a solução. Precariza o trabalho e do povo tira o pão”.
Também foram utilizadas cruzes simbolizando o enterro de trabalhadores assassinados em conflitos agrários. Em seguida, protocolaram na Justiça Federal e no Ministério Público Federal denúncias de violação dos direitos humanos e reivindicações dos trabalhadores do campo.
Participam do protesto moradores do acampamento Irmã Dorothy Stang, de Nova Canaã do Norte; Renascer, de Nova Guarita; União Recanto, de Novo Mundo; Boa Esperança, de Novo Mundo; Gleba Mercedes, de Sinop e Assentamento 12 de outubro, de Cláudia.
A pastoral aponta que foram registrados pelo menos cinco homicídios por mês, no ano passado, contra agricultores por conta de conflitos de terras em todo o país. As vítimas possuem entre 16 a 29 anos. Este é o maior índice de assassinatos dos últimos 14 anos.
Outras 1.295 ocorrências de conflitos por terra, que compreendem tentativas de assassinato, assassinatos, despejos, ameaças de morte, prisões e outros. Do total de ocorrências, 172 são relacionadas a conflitos por água. Maior índice de registros desde 2002, quando a CPT iniciou a fazer o levantamento deste tipo de conflito.