O Comitê de Crise criado pelas forças de segurança e com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Defensoria Pública voltaram a negociar com os detentos rebelados no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, esta manhã. O comitê conta com a presença dos secretários de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira, e de Segurança Pública, Rogers Jarbas.
De acordo com informações repassadas no local, os membros do governo tentam fazer com que os presos entreguem as duas armas (revólver ou pistola) que estão com eles. A assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça afirma que a rebelião está contida e restrita apenas a um setor da unidade prisional. As negociações foram suspensas, ontem à noite, por questões de segurança e retomadas, esta manhã.
Familiares dos presos continuam na frente do portão principal do presídio aguardando respostas das autoridades sobre a situação no local.
Dados oficiais apontam que cinco presos morreram durante a rebelião. Dois foram decapitados, dois mortos a tiros e o quinto teve um infarto. Até o momento, apenas um corpo foi liberado e os demais devem ser liberados em breve. Os mortos, de acordo com a secretaria estadual, estavam presos por acusação de tráfico de drogas, latrocínio, roubo e crime sexual.
De acordo com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), morreram Reginaldo Agostinho, Bruno Aparecido Bezerra, Marcelo Viturião Carvalho, Isauro Pedro Gonçalves e José de Souza Silva (que enfartou). O papiloscopista e gerente de Identificação do Instituto Médico Legal (IML) de Sinop, Marcos Nunes Neto, afirmou, ao Só Notícias, que os dados coletados de José de Souza não batem com as informações que constam no sistema penitenciário. Por conta disso, há a suspeita de que o nome seja falso. O caso ainda é investigado.
A segurança foi reforçada dentro da penitenciária e também no perímetro externo. Vão permanecer dentro da unidade agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra), Serviço de Operações Penitenciárias Especializadas (SOE) e Corpo de Bombeiros.
A rebelião começou, ontem, por volta das 6h. Os presos começaram a bater nas grades no momento em que os agentes se preparavam para a troca de serviço. Agentes que estavam nas torres observaram uma movimentação estranha. Quando os servidores foram verificar o que estava acontecendo no raio azul, foram recebidos com disparos de arma de fogo.
A Secretaria de Segurança Pública apurou que os presos estavam com duas armas e os serviços de inteligência estão investigando como o armamento chegou até os detentos.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira, explicou, ontem à tarde, em entrevista coletiva, que houve confronto entre grupos rivais, porém, ele preferiu não informar quais seriam estes grupos e este seria o motivo da rebelião.