Caminhões e carretas com cargas de alimentos não perecíveis continuam sendo impedidos de trafegar em um dos trechos da rodovia federal, localizado nas proximidades um trevo, no município de Novo Progresso (596 quilômetros de Sinop), pelo quarto dia consecutivo. Apenas ambulâncias com pacientes, carretas com cargas vivas e alimentos perecíveis estão passando. Os demais veículos são liberados das 13h às 14h30. Após este horário, ocorre novamente a interdição. O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Agamenon da Silva Menezes, disse, ao Só Notícias, que ocorrerá uma reunião, amanhã à tarde, entre as entidades para definir se vão liberar ou manter o bloqueio por mais dias.
“O juiz passou uma determinação para que seja desobstruída [a rodovia] com previsão de multa pelos dias que ficar fechada. Vamos responder e recorrer para poder justificar nossa paralisação. A paralização se refere também aos embargos que o Ibama fez. Cortaram os créditos dos cartões e dos cheques especiais. Estão inviabilizando as pessoas de trabalhar. As pessoas estão preocupadas em perder seus bens”.
Além disso, os sindicatos do garimpeiros, madeireiros, associação comercial, Ordem dos Advogados do Brasil, membros de igrejas, clubes de serviços, conselho de pastores e lojas maçônica do município cobram revisão ou revogação da medida provisória que alterou os limites de quatro Unidades de Conservação (UCs) e criou uma nova no sudoeste do Pará para viabilizar o traçado e construção da ferrovia “Ferrogrão”. Eles são contrários a medida, que criou uma Área de Proteção Ambiental (APA), no Parque Jamanxim, em Novo Progresso, e pretende alterar os limites do Parque Nacional do Rio Novo e da Floresta Nacional (Flona).
As entidades apontam que alteração prejudicará a economia local, já que o projeto visa apenas atender a construção da ferrovia, que liga Sinop ao Porto de Miritituba, no Pará. A medida foi assinada pelo presidente Michel Temer, em 20 de dezembro do ano passado.