As obras de pavimentação da BR-158 devem contornar a área indígena Maraiwatsede, na região do Araguaia. A decisão foi tomada em audiência pública realizada, ontem, no município de Bom Jesus do Araguaia, que contou com a anuência da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Para fazer o contorno, a BR-158 ganha mais 200 quilômetros, já que os indígenas não permitem que a rodovia corte suas terras. “Não aceitamos que a estrada passe por nossa aldeia”, disse o cacique Damião, dos índios Xavante.
“A decisão do novo traçado significa um passo importante para a conclusão dessa rodovia”, avaliou o senador Wellington Fagundes (PR), que participou da audiência solicitada pelo deputado estadual Baiano Filho.
A previsão do diretor geral Dnit, Valter Casimiro, é de que a licitação da obra seja realizada nos próximos dois meses, desde que atendidas todas as condicionantes socioambientais. A pavimentação dos 200 quilômetros está orçada em R$ 500 milhões.
O trecho será dividido em dois lotes: da localidade de Luizinho até Alto da Boa Vista, e de Alto da Boa Vista até Bom Jesus do Araguaia.
O presidente da Funai, Antônio Costa, confirmou estudo concluído pelo órgão que levou em consideração a decisão dos indígenas de não permitir que a rodovia seja construída passando pela reserva Maraiwatsede. O relatório deve ser entregue em 10 dias.
Já o Ibama, que esteve representada pela técnica Larissa Carolina, disse que não deve apresentar dificuldades para aprovar a licença ambiental da obra.
A obra pode ficar pronta dentro de três anos, dependendo do fluxo financeiro.