segunda-feira, 16/setembro/2024
PUBLICIDADE

Advogado nega fraude em imóvel e aciona juíza no TJ

PUBLICIDADE

A defesa de Walter Dias Magalhães Júnior, preso na Operação Castelo de Areia sob acusação de chefiar uma organização criminosa que aplicava golpes milionários contra várias vítimas em Mato Grosso e outras partes do Brasil, contesta a decisão proferida pela juíza Selma Rosane Santos Arruda onde ela aponta indícios de fraude na documentação da fazenda oferecida no lugar da fiança de R$ 6,1 milhões arbitrada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

O advogado Jorge Godoy, que assumiu a defesa de Walter há pouco mais de 1 mês, rebateu os argumentos da magistrada que constam na decisão. Ele sustenta que não existem indícios de fraude envolvendo a Fazenda Santa Fé, propriedade de 1 mil hectares localizada no município de Jaciara (144 Km ao sul de Cuiabá) e que pertence a Denisson Seabra.

Ele encaminhou documentos para mostrar que o dono cedeu o imóvel por livre e espontânea vontade para ser hipotecado como fiança e que já foi feita a transferência de registro para o cartório de Jaciara. Na avaliação do advogado, a juíza Selma Rosane está descumprindo uma decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e por isso recorreu ao TJ com uma reclamação contra a magistrada. Godoy espera que o Tribunal acate seu pedido e expeça ou determine que Selma Rosane providencie o alvará de soltura para Walter Magalhães.

Lá atrás, em novembro de 2016, os desembargadores concederam parcialmente o habeas corpus mediante o pagamento de uma fiança de R$ 6,1 milhões deixando a cargo de Selma Rosane a expedição do alvará de soltura após a confirmação de que a fiança foi paga. A defesa, por sua vez ofertou o imóvel rural em substituição da fiança e Selma Rosane negou o pedido após analisar o caso e encontrar irregularidades na documentação e procuração do imóvel registrada perante o Cartório de Notas e Registro Civil da Cidade de Nossa Senhora do Livramento.

A defesa recorreu ao Tribunal de Justiça e o desembargador Orlando de Almeida Perri, relator do habeas corpus, manteve o posicionamento da juíza Selma Rosane. Ele negou o pedido da defesa no sentido de determinar que a magistrada cumprisse o acórdão proferido pela 1ª Câmara Criminal, sem prejuízo, contudo, de que o imóvel ofertado em hipoteca pudesse ser aceito, desde que sanada a irregularidade constatada pela juíza.

O advogado atesta que as irregularidades no cartório apontadas por Selma foram sanadas e mesmo assim ela não expediu o alvará de soltura vindo a apontar outras supostas irregularidades agora na matrícula da área e pedindo uma avaliação detalhada a ser feita por servidor habilitado. A magistrada também marcou uma audiência para o dia 24 de março, às 16h30, para ouvir o dono do imóvel, Denisson Seabra.

A defesa de Walter Dias, apontado pela Polícia Civil como um dos maiores estelionatários de Mato Grosso, afirma não ser contra a perícia no imóvel e nem a oitiva do dono, mas quer que o cliente seja colocado em liberdade. Ele segue preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) desde agosto do ano passado.

Sem fraudes em registros

O advogado Jorge Godoy atesta ainda que a questão das 2 matrículas do imóvel, sendo uma no Cartório do 5º Serviço Notarial e de Registro de Imóveis da 2ª Circunscrição Imobiliária de Cuiabá e outra no cartório de Jaciara já foi sanada.

“Entendo que pelo último documento que juntamos aos autos houve transferência do cartório de Cuiabá para Jaciara. Pra mim é legal. Se tem algum erro no procedimento realizado pelos cartórios cabe a mim avaliar. O que ela [Selma Rosane] não pode fazer é contrariar uma ordem superior a ela, pois lá atras essa terra já tinha sido dada como garantia de fiança no processo. No meio do caminho houve problemas de documentos que nada tinham a ver com a terra e já foram sanados. Consta no acórdão dos desembargadores que depois de sanadas as irregularidades a decisão deveria ser cumprida”, enfatiza o advogado.

Godoy afirma que não se opôs ao pedido de perícia na fazenda e nem para oitiva do dono da terra. “A gente não concorda que o rapaz fique esperando preso, porque ela que só marcou a oitiva do Denisson para o final de março. Talvez ela esteja pecando por excesso, por zelo até demais. Na segunda decisão do desembargador ele foi claro ao dizer que sanado o equívoco permanece o acórdão”.

“O interesse é nosso em solucionar esse impasse, juntamos e regularizamos os documentos declaração de vontade e assinatura do tabelião. Quando foi oferecida a terra em novembro já sabia da existência do imóvel e somente agora foi solicitada perícia e avaliação. Se a gente não mostra documentos diz que estamos ocultando e se apresenta a documentação agora fala que estamos trazendo novos documentos com suspeita de fraudes”, critica o jurista. 

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Pitbull corre atrás de carro após ser abandonado por casal em Sinop

Um cão fêmea da raça Pitbull foi resgatado, ontem,...

Unemat oferecerá curso gratuito de mandarim

A professora de mandarim, Dan Xu, da Universidade de...

Queimada atinge pastagem em Lucas do Rio Verde e também destrói trator

O incêndio florestal causou estragos em área de pastagem,...
PUBLICIDADE