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Água isola ribeirinhos em cidade mato-grossense e emergência é decretada

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Cerca de 100 famílias, de sete comunidades ribeirinhas de Santo Antônio de Leverger (34 km ao sul de Cuiabá), estão “ilhadas” desde a madrugada de quinta-feira (16). Devido ao intenso volume de chuvas registrado nos últimos dias, o rio Cuiabá subiu e chegou a invadir algumas residências até mesmo na região central do Município. Nesta sexta-feira (17), o prefeito da cidade, Valdir Pereira de Castro Filho decreta estado de emergência e, caso a situação piore, já adiantou que o status passará para o de calamidade pública. Leverger será a 15ª cidade de Mato Grosso a decretar emergência neste início de ano por causa das chuvas.

Uma força-tarefa composta por servidores do Executivo Municipal, Defesa Civil do Estado e Câmara Municipal realizou visitas durante todo o dia de ontem às famílias atingidas pelas águas do rio Cuiabá. “Nossa maior preocupação é com os idosos e as crianças. Os idosos, porque muitos são diabéticos e hipertensos e muitas vezes tomam remédio controlado. As crianças pelo fato de terem contato com água suja e poderem adquirir micoses, diarreia e outras doenças transmitidas pela água suja. Esse está sendo o nosso público prioritário”, informou o prefeito de Santo Antônio.

Castro Filho ainda conta que foram realizadas diversas consultas médicas e medicamentos, combustível e água potável também foram distribuídos à população. “As consultas começaram ainda no caminho até as comunidades. Encontramos uma família que subia o rio de barco para buscar atendimento. Haviam duas idosas e uma criança, que foram examinadas e receberam medicação”.

Em época de chuva as famílias ribeirinhas têm que comprar água potável para consumir, uma vez que a maioria utiliza água de poços artesianos. “Com a chuva vem o lixo, o esgoto e a água fica inadequada para uso humano. Por isso, entregamos galões de água mineral, componentes para limpeza da água para uso em geral, como tomar banho e fazer comida”, explicou a vice-prefeita, Francieli Magalhães.

Ao todo, residências e comércios de sete comunidades foram atingidos pelas águas do rio, sendo elas, Praia do Poço I e II, Barranco Alto I e II, São José, Barra do Aricá e Santa Luzia. Segundo o gestor de Santo Antônio, durante os próximos dias, a casa de uma agente de saúde, localizada na comunidade do Barranco Alto I, servirá de consultório médico. “Já temos algumas consultas pré-agendadas e as demais ocorrerão por ordem de chegada. Detectamos algumas crianças com feridas no corpo e estas precisarão ser acompanhadas de perto”. Equipes da Secretaria de Assistência Social também foram encaminhadas à região ribeirinha. As servidoras iniciaram o cadastro de todas as famílias para poder providenciar a entrega de cestas básicas, que começarão ser entregues nesta sexta-feira. Conforme Castro Filho, apesar das pessoas já terem uma experiência com o período chuvoso, o sentimento dos moradores é de gratidão. “Toda ajuda sempre é bem vinda, ainda mais nessa situação de completo alagamento. Só consegue-se ter acesso às comunidades por meio de barco”.

O presidente da câmara de vereadores, Ugo Padilha, também subiu no barco e desceu o rio Cuiabá. Ele realizou entrevistas junto às famílias e disse que os vereadores estão prontos para prestar todo o apoio necessário à população. “A força-tarefa nos possibilitou saber a real situação em que se encontram os ribeirinhos. Tememos por mais dias chuvosos, porque a situação é realmente alarmante. Mas, continuaremos a realizar o monitoramento diariamente, para prevenir possíveis tragédias”. Moradora de Santo Antônio de Leverger desde que nasceu, a comerciante Ana Maria da Silva Salgado, 63, vive próximo ao centro da cidade, mas ainda assim a água invadiu o seu comércio, devido à proximidade com o rio. “Já estou acostumada, todos os anos água divide o espaço com as minhas mercadorias. Em dezembro eu já subo os produtos para a parte mais alta da prateleira e suspendo o freezer do chão, para não queimar o motor”, conta mostrando o freezer sob três engradados de cerveja.

De acordo com Ana Maria, entre a noite de quarta-feira e madrugada de quinta-feira a água chegou a marcar um metro na parede do seu comércio. “Quando passar as chuvas vamos aterrar o terreno para ficar mais alto e subir o telhado também. Porque do jeito que está indo, daqui uns dias o velho prédio não suportará mais a umidade”.

Dalva Arruda diz estar preocupada com a tia que mora às margens do rio. Segundo ela, os últimos dias têm sido de completa apreensão. “Estamos acostumados com as chuvas que sempre caem sobre a cidade nessa época do ano. Mas, dessa vez a intensidade está maior e se continuar assim, meus tios terão que sair da casa onde moram. Eles já subiram todos os móveis”.

Devido ao registro do aumento da cota de permanência do rio Cuiabá nas imediações de Santo Antônio de Leverger, a Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa Civil enviou uma equipe para atuar no município em parceria com agentes das secretarias de Assistência Social e Saúde de Santo Antônio. Porém, a situação no município ainda não é considerada emergencial, e sim de atenção. Conforme a pasta, o nível do rio Cuiabá em Santo Antônio na manhã de quinta-feira chegou a 9,08 metros. Durante à tarde, entre 14h e 15h, o nível baixou para 9,02 metros.

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