Foi para manter o companheiro ao seu lado que a dona de casa, 36 anos, inventou gravidez e falso sequestro com suposto rapto do filho recém-nascido. Foi o que ela garantiu ao delegado Diogo Santana de Souza, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que ouviu a acusada, ontem à noite.
Em depoimento ela confessou que criou a falsa gravidez para reconquistar o companheiro, que disse que iria se separar dela. Disse que o plano deu certo e o relacionamento melhorou muito depois de anunciar a gravidez. Toda família acreditou e inclusive presenteou o casal que já tinha enxoval completo para a criança.
Mas com a aproximação da data do parto, teve que inventar a história pois não tinha como apresentar a criança se não estava grávida. O marido disse ao delegado que não desconfiou de nada. Mas lembra que toda vez que ele queria ir junto com a esposa para realização de algum exame, ela inventava uma desculpa para ele não ir. Depois mandava fotos do celular sobre supostos exames que teria feito, incluindo ultrassom.
No dia 7 deste mês, ela disse que iria para a Santa Casa de Rondonópolis, onde reside e onde estaria com o parto agendado. Depois de ser deixada pelo marido diante do hospital seguiu para a casa de uma prima, que mora na capital. Deu sequência ao plano e manteve contato com o marido dizendo que a situação teria se complicado e precisava ser transferida para hospital da capital.
Na noite de terça-feira, ligou para o marido dizendo que havia sido sequestrada e depois abandonada pelos bandidos na região do Coxipó. Em boletim de ocorrência ela relata que diante da Santa Casa foi abordada por uma mulher loira, que se identificou como “Laura”. Em seguida um casal se aproximou e se reuniu às duas mulheres e conversou sobre a gestação. Um deles ofereceu um copo de água e depois de beber o conteúdo ela disse que ficou sonolenta. Só lembra de ter sido colocada um Fiat Doblô e levada para uma casa onde haviam aparatos médicos. Lá teria sido submetida a um parto forçado. Os sequestradores a obrigaram a ligar para o marido dizendo que teve problemas durante o parto e que seria transferida para Cuiabá.
Alega ter ficado o restante da semana em poder dos sequestradores e só foi liberta no estacionamento de um mercado atacadista, na região do Coxipó, quando conseguiu manter contato com o marido que veio encontrá-la na Capital.
Depois de autuada vai responder a inquérito policial por falsa notícia de crime. Exames clínicos, hemograma e um ultrassom confirmaram que ela não estava grávida.