Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça mantiveram inalterada a pena de 22 anos de prisão, em regime fechado, para o pedreiro Adilson Lora, condenado no ano passado pelo latrocínio do aposentado José Almindo Manica, 77 anos. O crime ocorreu em agosto de 2015. O idoso foi espancado com um capacete, em uma residência na rua dos Manjoleiros, no bairro Jardim Imperial, e morreu três dias depois no Hospital Regional de Sinop. Após cometer o crime, Adilson roubou da carteira da vítima R$ 70, em dinheiro, um celular e um cartão bancário.
A defesa queria a reforma da sentença, que foi proferida pela juíza da 2ª Vara da Comarca de Sinop, Débora Roberta Pain Caldas. No entanto, os desembargadores levaram em consideração o relato da própria vítima. “Nesse diapasão, tem-se que a tese defensiva restou insulada no caderno processual, existindo, doutro lado, provas bastantes a sinalizarem Adilson como o autor do crime de latrocínio, vez que fora a própria vítima quem relatou a seus filhos ter sido o acusado o autor das agressões, razão por que mantemos in totum o decisum condenatório”.
Conforme Só Notícias já informou, o crime não foi presenciado por nenhuma testemunha. No entanto, no tribunal, uma vizinha relatou que ouviu José discutindo com o acusado sobre uma questão financeira. Segundo ela, Adilson cobrava dinheiro de José, que negava ter qualquer quantia. Ela contou também que, em seguida, ouviu o barulho de “algo” caindo no chão, mas disse que não prestou mais atenção à discussão e que, somente posteriormente, ficou sabendo da morte do aposentado.
O filho de José, que o visitou no dia do crime, também prestou depoimento e esclareceu que o pedreiro havia sido contratado para construir um muro na residência do pai. Segundo ele, o aposentado pagou pelo serviço, mas reclamou que uma quantia em dinheiro havia desaparecido e que possivelmente teria sido furtada por Adilson. Horas mais tarde, um parente o comunicou que havia encontrado o idoso gravemente ferido na casa.
O parente, outro que também foi ouvido, ainda revelou à juíza que conversou com José, antes dele ser internado. Segundo ele, o idoso afirmou que havia sido espancado por Adílson, que teria ido até sua residência com a intenção de roubá-lo. Ele afirmou que o responsável por construir o muro roubou dinheiro e outros objetos, conforme próprio relato do aposentado.
Em sua versão, Adilson negou o crime. “Eu realmente prestei um serviço para a vítima com relação ao seu muro, mas fui pago à vista e com o dinheiro que recebi, R$ 250, comprei a passagem para Campinas (SP), para onde mudei a trabalho. Toda minha família mora no Mato Grosso do Sul”, relatou em depoimento.
Adilson foi preso em outubro, após uma abordagem policial em Campinas (SP). Ele continua preso em um presídio paulista, onde cumpre a pena. José morreu de traumatismo craniano no Hospital Regional e foi sepultado em Sinop.