As chuvas que caem diariamente em praticamente todo o Estado devem continuar até pelo menos o dia 21 deste mês. De acordo com a secretaria adjunta de Proteção e Defesa Civil, da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), a situação é de alerta para alagamentos em Mato Grosso.
Com base no monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e Agência Nacional das Águas (ANA), parceiros da Defesa Civil, nos 12 primeiros dias de fevereiro foram registrados em média 15 milímetros de chuva, volume superior ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, não há, até o momento, motivos para alarde por parte da população.
A Defesa Civil esclarece ainda que monitora diariamente a precipitação acumulada e o nível de água dos maiores rios que cortam o Estado, por meio da parceira com o Inmet a ANA, e está pronta para atender as solicitações de auxílio dos municípios em caso de uma situação de emergência ou desastre natural.
O secretário adjunto de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel BM Abadio José da Cunha Júnior, explica que a pasta emite regulamente alertas de precipitação para os municípios mato-grossenses, para evitar uma situação surpresa. “Todavia, ainda não temos como prever exatamente o ponto dentro do município, por exemplo, que será atingido pela chuva. Mas a Defesa Civil está pronta a atender, em até 24 horas, um município que pedir ajuda”.
Segundo o sargento José Bruno de Souza Filho, gerente de monitoramento e alerta da Defesa Civil, as chuvas são originárias de uma área de alta pressão na Bolívia, que trouxe umidade para Mato Grosso. Há, ainda, uma massa de ar quente e úmida sobre o Estado advinda da Amazônia, na região Norte do país. “Ficamos no meio do fogo cruzado. Com isso, o Estado todo está em alerta”, destacou o sargento, acrescentando que foram notificadas chuvas diárias desde o dia 12 de fevereiro.
Até o momento, 14 municípios comunicaram estado de emergência a Defesa Civil, devido à quantidade de chuvas registradas: Campo Novo do Parecis, Rio Branco, Vale de São Domingos, Chapada dos Guimarães, Confresa, Vila Rica, Santa Terezinha, Cláudia, Água Boa, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Barra do Bugres, São José do Xingu e Jauru.
Quanto a Cuiabá, não houve acionamento do Estado por parte da Prefeitura Municipal. “Estes municípios já fizeram contato com a nossa coordenadoria e estão entrando em situação emergencial pelas fortes chuvas que estão dilacerando pontes, bueiros e estradas, inclusive com atoleiros impedindo o deslocamento dos veículos escolares, ambulância e outros”, pontuou o coordenador de Respostas e Reconstrução da Defesa Civil, major Washington César Duarte.
O caso mais crítico até agora é o de Campo Novo do Parecis, que teve o bairro Jardim das Palmeiras, que representa 10% da cidade, totalmente alagado. No total, cerca de 3 mil pessoas foram afetadas pelas águas, espalhadas em 750 casas. “Em menos de 24 horas estava com minha equipe de 80 pessoas dentro da cidade para o atendimento à população”, acrescentou o tenente-coronel Cunha, ressaltando que a situação está sob controle na localidade.
Para amenizar os impactos causados pelas chuvas em Campo Novo, a Defesa Civil entregou a população atingida colchões, alimentos, roupas, água potável para consumo e material de limpeza. Todos os itens provenientes de doações.
As atividades no local vêm sendo promovidas desde o dia 11 de fevereiro em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. Ainda no dia 11, o governador Pedro Taques e o secretário das Cidades, Wilson Santos, sobrevoaram o município e visitaram a comunidade invadida pelas águas, para ver de perto os estragos causados. “Nossas equipes estão mobilizadas para dar toda assistência à população”, disse o governador na ocasião.
Uma equipe de engenharia da Secretaria de Estado das Cidades também já está em Campo Novo para estudar uma solução estrutural para a cidade, visando a não ocorrência de novas inundações. Oficialmente o município decretou situação de emergência. O pedido está na Casa Civil para ser homologado.
A Defesa Civil informa que a barragem da Usina de Manso, administrada por Furnas, encontra-se segura e com suas operações sob controle, apesar das fortes chuvas. Afastando as falsas notícias espalhadas em redes sociais, a diretoria da empresa afirma que a Usina opera com apenas 30% de sua capacidade total.