Entre os 4 principais serviços de telecomunicação que fazem parte do cotidiano dos brasileiros, apenas a internet banda larga encerrou 2016 com aumento no número de usuários em Mato Grosso. Dados do balanço consolidado dos serviços monitorados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que 80,755 mil linhas de telefonia móvel pertencentes a mato-grossenses foram canceladas em 2016.
Em relação à telefonia fixa foram 2,477 mil usuários a menos no ano passado, enquanto que a TV por assinatura perdeu 7,660 mil contratos. Por sua vez a internet Banda Larga ganhou 31,775 mil novos usuários em Mato Grosso entre dezembro de 2015 e igual mês de 2016. Em valores percentuais, a quantidade de linhas móveis canceladas no Estado correspondeu a uma redução de 1,94% em 2016 na comparação com 2015. O número baixou de 4,160 milhões para 4,079 milhões.
Apesar da redução, a queda no Estado foi menor que no país, que registrou a extinção de 5,33% das linhas que estavam ativas em 2015, baixando de 257,814 milhões para 244,066 milhões, totalizando 13,747 milhões de cancelamentos. Já a telefonia fixa perdeu 1,58% de linhas em Mato Grosso, passando de 156,417 mil para 153,940 mil entre 2015 e 2016. A redução no país foi maior, registrando queda de 6,3%. O índice é resultado de 18,225 milhões de linhas telefônicas ativas em 2015 ante 17,077 milhões de linhas em 2016, totalizando a extinção de 1,148 milhão de linhas.
A TV por Assinatura em Mato Grosso teve redução de 3,3% no número de contratos, baixando de 229,422 mil em 2015 para 221,762 mil em 2016. O país encerrou o ano passado com extinção de 873,533 mil assinaturas, resultado de 19,676 milhões acessos em 2015 ante 18,802 milhões em 2016. A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) pontua que a redução na base de assinantes é resultado direto da crise econômica, que afeta principalmente famílias de baixa renda.
“Esse recuo, porém, ainda é muito menor que o observado em outros setores, como demonstra a queda do PIB, de 4,4% em 12 meses (segundo o IBGE, entre setembro de 2015 e setembro de 2016). Isso significa que a maior parte das famílias mantém assinaturas de TV pagas, por ser uma das opções de lazer, cultura e informação com melhor relação custo-benefício. Outro fator que contribuiu com a redução do número de assinantes foi o aumento de 50% da alíquota do ICMS em 15 Estados em 2016 (de 10% para 15% sobre o valor dos serviços de TV por assinatura), entre eles Mato Grosso. Todas estas informações, de fontes oficiais, indicam que são meramente econômicas as razões do recuo da base de clientes de TV por assinatura e que esta voltará a crescer quando a economia nacional se recuperar”, pondera a entidade, em nota.
A economista Suely Costa Campos ressalta que o desemprego é um forte fator da redução da renda e, portanto, impulsiona o cancelamento de serviços considerados não essenciais. “Por outro lado, o consumidor tem necessidade do uso de serviço como internet, sendo assim, busca ter eficiência, por isto maior demanda por Banda Larga. Ter acesso a Banda Larga significa economia de tempo e melhor uso dos serviços disponíveis pela internet dentre eles a procura por vagas de trabalho”, exemplifica.
Em relação ao elevado número de acessos à telefonia móvel em Mato Grosso (4,079 milhões) a economista Suely Campos pondera que o fator necessidade é o que coloca em evidência o serviço, mesmo com o mercado de trabalho apresentando problemas de desemprego e o consumidor com perda de renda.
“Como todo serviço pago, devemos ter prudência no uso. Tanto na melhor utilização do tempo como cidadão e como consumidor. Deve-se sempre verificar os custos e benefícios das ligações e serviços disponibilizados pela empresa fornecedora. Em tempos de contenções de gastos, tem-se que pensar em custo/benefício dos bens que consumimos. Sempre se pode optar por um plano mais econômico na Tv por assinatura, internet e telefonia”.
Para o presidente da Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB/MT), Rodrigo Palomares, um dos grandes problemas do setor de telecomunicação no país é a baixa oferta de opções. “Mas alguns avanços em novas tecnologias tem revolucionado o acesso aos serviços de telecomunicação, como é o caso dos serviços por streaming, que possuem custo muito menor e facilitam as relações contratuais com os consumidores, diversamente do mercado fechado, no qual as opções de escolhas e elas são muito restritivas e parecidas”.
A recomendação de Palomares é que o consumidor sempre opte por planos mais econômicos e que se enquadrem melhor no próprio perfil de consumo.