A concessionária de água em Sinop fez um levantamento e confirmou, ao Só Notícias que 40% da água própria para consumo continua sendo furtada através de ligações clandestinas, medições incorretas dos hidrômetros [instrumento de medição volumétrica de água] e vazamentos em tubulações. Não foi informado se existe um valor exato do prejuízo financeiro.
O levantamento aponta ainda que houve uma redução significativa de 54% das perdas de água tratada no sistema de distribuição, nos último dois anos. Segundo a concessionária, quando a distribuição era administrada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sinop (Saaes) – da prefeitura- até 2014, as perdas ultrapassavam os 73%.
Segundo o doutor em saúde pública e pesquisador do Instituto Trata Brasil, Alceu Galvão, são necessários programas que possibilitem redução das perdas de recursos hídricos. “Os danos são muitos. Na medida que a concessionária perde 40% ela terá que captar mais água. Com isso, vai gastar mais recursos financeiros para fazer o tratamento. De um ponto de vista ambiental esta se tirando uma água in natura, em um momento que se vive crise hídrica muito grande em todo o país. Não que seja o caso de Sinop, mas é necessário avaliar essa situação de captação de recurso desnecessários. O recuso deve ser utilizado de forma racional. Um terceiro fator é que o furto de água. Pessoas poderiam estar tendo abastecimento de água regular, mas acabam tendo problema de baixa preção. Os impactos são diversos ao meio ambiente, financeiro e a prestação de serviço de qualidade”, disse.
Ainda de acordo com o pesquisador, o aumento no consumo ocorre quando as ligações não possuem hidrômetros. “Quando existe o hidrômetro a conta acaba pesando no bolso e os usuários ficam mais atentos ao consumo excessivo, por exemplo. É um instrumento que induz ao uso racional da água. Quando existe uma casa que não há hidrometração os usuários aumento expressivamente o consumo da àgua para lavar calçadas e desperdícios desnecessários. Tem que se observar se a estrutura tarifária é adequada para evitar e incentivar esse aumento em consumo dos recursos”.
A assessoria informou ainda que, atualmente, são mais de 800 quilômetros de rede de abastecimento de água. O monitoramento é moderno e ocorre através de um sistema de automação e de um Centro de Controle Operacional (CCO), que também ajuda a monitorar a pressão de água em todos os bairros. Devido a isso, houve redução de 54% das ocorrências de vazamentos e está investido em ações preventivas para evitar os vazamentos na rede. Uma delas é feita pela equipe de geofonamento que utiliza o geofone [aparelho semelhante ao estetoscópio dos médicos] e identifica, no período noturno, vazamentos não visíveis na rede de abastecimento e mobiliza equipes para fazer consertos. Com isso, também são evitadas avarias no asfalto e perda de água.