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Pesquisa avalia relações ecológicas entre áreas de reserva e lavouras no Estado

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Animais como aranhas, moscas, lacraias, piolhos-de-cobra, escorpiões, abelhas, entre inúmeros outros, que podem causar estranheza em muitas pessoas, para pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) são espécies que prestam importantes serviços para a preservação ambiental e também para a agricultura.

Os artrópodes, como são conhecidos no meio científico, são animais bem adaptados aos diferentes ambientes. Entretanto, a sua presença e diversidade em áreas de reserva legal em regiões de cultivo de soja no Cerrado e floresta Amazônica no estado ainda é pouco estudada.

Essa é a proposta da “Rede de Biotecnologia Aplicada aos Serviços e Desserviços da Biodiversidade à Agricultura no Cerrado e na Amazônia”, projeto da Unemat em parceria com instituições nacionais e internacionais, aprovado recentemente pelo edital Fapemat, de apoio a Programa de Redes de Pesquisa.

“Apesar da importância ecológica dos artrópodes, pouco se sabe sobre a diversidade e dinâmica populacional das espécies que persistem nas áreas de Reserva Legal e seu papel em processos ecológicos (serviços e desserviços ambientais)”, explicou a coordenadora do projeto, Mônica Josene Barbosa Pereira, professora da Unemat, Engenheira agrônoma e doutora em Entomologia.

O projeto terá duração inicial de três anos. Na primeira etapa, como investigação piloto, serão selecionadas duas fazendas de cultivo de soja, sendo uma em região de Cerrado e outra, reserva Amazônica. A segunda amostragem será realizada em, no mínimo, 20 propriedades em diversas regiões do estado. Será feito um amplo inventário da presença e relações ambientais desses pequenos animais, em distintos períodos, uma vez durante a safra e outra na entressafra.

Os locais ainda não foram definidos, mas há contatos iniciais com fazendas em Sapezal, Brasnorte, Primavera do Leste e Campo Verde, propriedades que mantêm grandes áreas de reserva ambiental.

As áreas de reserva legal têm um papel importante na manutenção dos inimigos naturais das lavouras. “Sabemos que investigar a biodiversidade das áreas de reserva pode fornecer informações importantes para o manejo da cultura presente na área. Mas as relações estabelecidas entre as espécies nas áreas de estudos ainda não são conhecidas. O resultado é uma caixinha de surpresas”, alerta a professora Mônica.

As informações geradas neste estudo poderão subsidiar políticas públicas voltadas para a conservação ambiental dos biomas Cerrado e Amazônia. Pretende-se levar informações para produtores agrícolas e comunidade em geral para a preservação da biodiversidade nas áreas de reserva legal, a fim de garantir o equilíbrio dos ecossistemas.

O projeto é amplo e vai investigar vários aspectos dessas ricas áreas de preservação. São 20 pesquisadores envolvidos, oriundos de diferentes instituições de ensino e pesquisa do Brasil e instituições conceituadas do exterior.

Na Unemat, congrega os pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola e outros programas da Unemat, de diversas áreas do conhecimento. São eles: Danielle Storck Tonon, Edineia Aparecida dos Santos Galvanin, Dionei José da Silva, Carla Galbiati, Ricardo José da Silva, Alessandra Regina Butnariu, Cleci Grzebieluckas, Sandra Mara Alves Neves, Gabriel dos Santos Carvalho.

Reúne pesquisadores das universidades do país, dentre as quais, Thiago Junqueira Izzo e Gustavo Júnior de Araújo (UFMT), Angélica Massarolli (UFPR), Marilza da Silva Costa (UFV) e Camila Luciana Gramkow (University of East Anglia – Reino Unido). Da Embrapa, Rafael Major Pitta (Agrossilvopastoril), Débora Pires Paula (Cenargen) e Marcio Luiz de Oliveira (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA).

A parceria com Carlos Augusto da Silva Peres (University of East Anglia- Reino Unido) irá contribuir para o entendimento das relações ecológicas da proposta. Ele é reconhecido internacionalmente por suas pesquisas em florestas tropicais. Já o professor David Andow, da Universidade de Minnesota dos EUA, é especialista em ecologia de insetos, estuda ecologia de redes alimentares de inimigos naturais em culturas agrícolas.

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