Uma verdadeira rede de empresas “laranjas” operou em Mato Grosso, ganhando licitações e fazendo negócios. No lucro maior, a sonegação de impostos. Cálculos iniciais apontam para R$ 4 milhões em crimes contra o fisco. No rol dos delitos constam ainda falsidade ideológica e fraude em licitações – esta última ainda em fase de investigação. Para dar cabo nessa situação, a Delegacia Fazendária iniciou nesta quarta-feira a Operação “Presente de Grego”, que resultou no cumprimento por agentes policiais de dois mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Paraná e Amazonas.
O esquema funcionava ancorado em três empresas. Duas já foram identificadas, a VF dos Santos e Peltra Materiais de Construção. Seis pessoas, pelo menos, já estão identificadas operando no esquema, seja como titular ou apenas “laranja”. São elas: Luís Carlos Machado, Paulo Araújo Machado, Cláudio Cavalcanti Machado, Berenice da Costa Monteiro, Arlinelson Fernandes dos Santos e Wanderlei dos Santos. “Diligências estão sendo feitas em outros estados” – disse a delegada fazendária Cleibe Aparecida de Paula.
O inquérito instaurado pela Delegacia Fazendária teve como base uma denúncia relacionada a compra de 72 aparelhos de ar condicionado pela Secretaria de Educação. Não se constatou, a princípio, envolvimento de funcionários no esquema de negócios, segundo a delegada. Já se descobriu também que o esquema da rede de empresas “laranjas” ganhou licitações nas secretarias de Infra-Estrutura e de Justiça e Segurança Pública.
Na operação em Cuiabá foram apreendidos notas fiscais, computadores, notbooks e aparelhos de ar condicionado e fogão. “Eles vendiam e sonegavam” – explicou a delegada, que aguarda o retorno da outra delegada Célia Vidotti, que se encontra em Manaus (AM) cumprindo outros mandados de busca e apreensão. Luís Carlos e Arlinelson Fernandes já prestaram depoimentos e confessaram a prática do crime. “Eles disseram que estavam enfrentando problemas financeiros” – contou a policial graduada.
A rede de empresas laranjas funcionava através de “cobertura”, permitindo a administração de valores. As mercadorias, por sua vez, eram trazidas de Manaus, dentro do esquema de sonegação, através da supressão da terceira via.