A oposição não descarta a convocação do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) para depor na CPI dos Bingos com o objetivo de explicar denúncias feitas por ex-assessores seus na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP).
O ministro se prontificou a prestar esclarecimentos sobre as acusações contra ele na terça-feira da semana que vem, no dia 22. Em acordo fechado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Palocci será ouvido na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), que acontecerá no plenário da Casa.
O líder do PFL no Senado, José Agripino (PFL-RN), e seu correligionário Antonio Carlos Magalhães (BA) disseram que nada impede que Palocci seja convocado também pela CPI se não for convincente na CAE. Agripino disse que essa é a posição do PFL.
“Ele vai voluntariamente à CAE. Agora, ninguém assegura que a ida dele à CAE esvazia ou exaure a necessidade de ir à Comissão Parlamentar de Inquérito”, afirmou. “A eloqüência do Palocci que concede entrevistas coletivas cedeu espaço ao Palocci recluso por, certamente, indisponibilidade de argumentos [às acusações].”
ACM ressaltou que a convoncação do ministro da Fazenda na CPI “dependerá de como ele [Palocci] se sair no plenário”, em referência ao depoimento na CAE.
O senador da Bahia disse que, apesar de grande parte das acusações se referir ao período em que Palocci foi prefeito de Ribeirão, algumas das denúncias dizem respeito já à sua gestão na Fazenda, como tráfico de influência. “Estão surgindo fatos dessas pessoas [ex-assessores de Palocci em Ribeirão] também se metendo em assuntos do ministério”, disse.
Na CPI dos Bingos já existe um requerimento, de autoria do senador Geraldo Mesquita (sem partido-AC), pedindo a convocação do ministro da Fazenda, mas ainda não foi votado.
Ex-assessores
Funcionário do banco Prosper até meados deste ano, Vladimir Poleto tratou com o assessor direto de Palocci na Fazenda Ademirson Ariovaldo de um encontro do presidente da instituição financeira, Edson Menezes, com o ministro. Ademirson já foi convocado para depor na CPI dos Bingos.
Já o advogado Rogério Buratti afirmou à CPI que o ministro sabia de doação de R$ 1 milhão de donos de casas de bingo para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ademirson e Buratti assessoraram Palocci em Ribeirão Preto.