O fechamento do Seminário sobre Saneamento Ambiental na Bacia do Xingu no Mato Grosso, realizado ontem, em Sinop, foi tido como produtivo pelos 14 municípios envolvidos e diagnosticados. Um ofício foi elaborado e deverá ser entregue ao ministro da Saúde, José Saraiva Felipe e ao ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, pedindo uma audiência para que sejam apresentados os diagnósticos levantados pelo Ministério das Cidades através de empresa contratada para executar o serviço. A cobrança principal será para mais investimentos em saneamento
Os prefeitos Nilson Leitão, de Sinop, Manoel Messias Sales, de Feliz Natal, Carlos Roberto Rempel, de Santa Cruz do Xingu, Walter Lopes Faria, de Canarana, Edson Haroldo Wegner, de Gaúcha do Norte, Fernando Gorgen, de Querência do Norte, Adalberto Navair Diamante, de Marcelândia e Wanderlei Luiz Aguiar de São José do Xingu, foram definidos para compor a Comissão Provisória que deverá representar os prefeitos das 14 cidades no Distrito Federal.
O coordenador do Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS) e consultor do Ministério das Cidades, Neri Chilant, elencou algum pontos deficitários nos municípios e que precisam ser trabalhados.
Não apenas o planejamento à longo prazo, mas principalmente ações imediatas foram solicitadas desses municípios, pois 12 dos 14 investigados utilizam a água oriunda de fontes subterrâneas e necessitam de tratamento e controle.
Além da capacitação de pessoas para desenvolverem os projetos e buscarem os recursos, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o Ministério das Cidades se comprometeram em ajudar no desenvolvimento de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) e na melhoria dos processos junto aos municípios da Bacia. A Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) ficou encarregada de trabalhar e orientar na questão do modelo de gestão, ligado diretamente ao Plano Diretor (PD) e a Educação Sanitária e Ambiental.
Néri chegou a sugerir um Consórcio de Cooperação entre as cidades, mas alertou para a necessidade de elaboração de um PD e a exigência de serem operados pelo PMSS.
Apesar do Sistema de Água e Esgoto (SAE) de Sinop ter sido colocado como o mais estruturado de todos os municípios e citado como exemplo de capacitação para poder dar assistência às cidades circunvizinhas, muitos prefeitos alegaram baixo poder aquisitivo para poder pagar pela elaboração dos projetos exigidos na captação de recursos na área de saneamento.
Em seu pronunciamento, Leitão ressaltou e elogiou o seminário, mas enfatizou a importância de poderem estar com os ministros para apresentar o diagnóstico levantado e pedir, pelo menos, a garantia e a abertura de uma conta antes de março de 2006, ou seja, antes de iniciar o período eleitoral e esgotarem-se todas as possibilidades de captação de recursos.
“Quando falamos em questões ambientais, lembramos do madeireiro e do agricultor e nos deparamos com uma desmotivadora crise, mas não podemos ficar parados, temos que correr atrás. Sempre lutamos por um projeto como este, era um sonho de todos nós, mas agora é diferente: estamos chancelados pelo Governo e devemos até parabenizá-lo, pois a iniciativa foi dele”, esclareceu.
Os prefeitos saíram com a promessa do Ministério das Cidades de que estão dispostos a ajudá-los em várias ações, pois os estudos já foram feitos, e a partir de agora inicia a primeira etapa de muitos trabalhos. Eles também foram alertados que, apesar do compromisso firmado, é necessário empenho, interesse na organização, capacitação e efetiva cobrança do Governo do Estado.
Também participaram do seminário o presidente da Câmara de Sinop, José Pedro Serafini, o deputado Dilceu Dal Bosco, os secretários de Desenvolvimento Urbano de Sinop, Jair Pessine e de Indústria e Comércio, Norival Curado.