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CPI Biopirataria confirma suspeitas contra ONG americana em Mato Grosso

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O ex-associado da organização não-governamental norte-americana Amazon Conservation Team (ACT) Amauri de Oliveira Nunes negou nesta quarta-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Biopirataria o desvio de R$ 130 mil da ONG em 2003. A declaração é uma resposta à acusação feita em audiência pública em maio deste ano à CPI, pelo presidente da ONG, Vasco Marcus. A ACT trabalha com a comunidade indígena do Parque do Xingu, em Mato Grosso, e já está sendo investigada pelo Ministério Público. A ONG é acusada de praticar biopirataria e de receber financiamento de empresas ligadas à produção de cosméticos e de medicamentos.

Amauri de Oliveira contou à CPI que disponibilizava sua conta bancária para uso da ONG. Ele informou que eram feitos depósitos em dólares para que fossem efetuados pagamentos à organização. Amauri disse que foi usado pela ONG. ” Eu acredito que todo o pessoal da ACT dos Estados Unidos usou a minha pessoa para se aproximar das comunidades indígenas, porque eu tinha muito contato com os índios.”

O ex-associado da ONG disse também que, quando se desligou da ACT em 2003 foi ameaçado de morte, mas que não sabe o motivo.
Na avaliação do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), a testemunha confirma algumas suspeitas da comissão. “Cremos que há ações da ONG com sede nos Estados Unidos e uma sucursal aqui, cujo presidente é um norte-americano, ligados às indústrias farmacêuticas norte-americanas.” E completou que o depoimento dele vem confirmar as suspeitas de que a “a Amazon Conservation Team quer roubar informações nossas”.

Também foi ouvido nesta quarta-feira, em audiência pública, o proprietário da Fazenda Serra Branca, no Raso da Catarina, na Bahia, Otávio Nolasco de Farias. Ele é dono e cuida de uma reserva ecológica naquela região há mais de 30 anos. Farias disse que lá existem mais de 600 espécies de arara azul. Ele confirmou aos parlamentares a existência de traficantes da espécie naquela região e entregou à CPI documento com depoimento de traficantes mostrando a atuação deles no estado da Bahia.

Farias pediu aos integrantes da CPI que cobrem mais a atuação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) naquela região.

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