Hoje é um dia decisivo para o futuro político do deputado mato-grossense Pedro Henry (PP). Ele vai depor no Conselho de Ética e ficará cara-a-cara com o relator do processo que pode culminar com o pedido de cassação de seu mandato, deputado Orlando Fantazzini (PSOL-SP). O depoimento de Pedro Henry está marcado para às 14:30hs. Ele vai tentar convencer o relator e os integrantes do Conselho de Ética que não tem envolvimento no episódio do mensalão (suposta compra de apoio de deputados para o governo), denunciada pelo deputado Roberto Jefferson (PTB), que foi cassado por quebra de decoro. Henry foi líder do PP na Câmara Federal e tinha trânsito livre no governo Lula, chegando a ser cotado para ser ministro. Participava das articulações e ajudava a garantir apoio de deputados para aprovação de projetos do governo.
Henry, desde o princípio, desqualifica as acusações feitas por Roberto Jefferson. Ele chegou a prestar um depoimento, há alguns meses, na Câmara dos Deputados, mas não conseguiu convencer os integrantes sobre sua inocência. Categório, Henry evitou renunciar o mandato. O governador Blairo Maggi (PPS) chegou a aconselhá-lo que renunciasse para preservar seus direitos político e, ano que vem, disputar a reeleição. Pedro Henry ficou irritado com a colocação de Blairo.
Há possibilidade dos processo contra Henry e outros 10 deputados serem julgados ainda este ano. Porém, pode ficar para março de 2006. Uma eventual cassação de mandato poderá acabar com os planos de Pedro Henry ser candidato a senador, na coligação que deve apoiar Blairo à reeleição, ano que vem. Haveria um pré-acordo para que ele fosse candidato ao Senado em troca do apoio do PP.