A Mesa Diretora da Câmara vai se reunir na próxima terça-feira (11) para avaliar o relatório da Corregedoria da Casa que recomenda a abertura de processo disciplinar contra 13 deputados, incluindo o mato-grossense Pedro Henry (PP), acusado por Roberto Jefferson -que foi cassado- de envolvimento no mensalão. O presidente Aldo Rebelo disse que vai estudar o documento neste final de semana.
Já o primeiro vice-presidente da Casa, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), antecipou que votará pelo envio de todos os processos ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Ele considera imprevisível o resultado da reunião da Mesa, mas não acredita que os parlamentares acusados pelas CPMIs dos Correios e da Compra de Votos fiquem impunes. “Esse é um temor recorrente e, a meu ver, infundado. Também se dizia que o Roberto Jefferson não ia ser cassado, e foi. O mesmo aconteceu com o André Luiz”, lembrou.
Para Nonô, não se pode falar em “risco de pizza” porque, a partir das denúncias de Jefferson, vários ministros foram demitidos – inclusive o então chefe da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP). “Além disso, demonstrou-se que havia uma quadrilha operando e o governo despencou 15 pontos de popularidade. Então, nós já tivemos conseqüências políticas fantásticas.”
Possibilidade de arquivamento
O 4º secretário da Mesa, deputado João Caldas (PL-AL), não quis antecipar seu voto até ler o parecer da Corregedoria, o que pretende fazer neste final de semana. Ele admite, porém, a possibilidade de que alguns processos venham a ser arquivados pela Mesa. “Se for o caso, por que não? Não vejo nenhum óbice em se arquivar matéria quando se tem convicção do que se está fazendo, e desde que a decisão seja correta e legal”, afirmou o deputado.
Caldas disse que espera sair da reunião da Mesa Diretora “com a consciência tranqüila”.