A CPI do Mensalão ouvirá hoje o deputado Pedro Henry (PP), apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos distribuidores do “mensalão”, e João Cláudio Genu, ex-assessor do PP. Henry consta no relatório das CPIs dos Correios e do Mensalão que sugere abertura de processo no Conselho de Ética contra 18 deputados — o deputado do PL Carlos Rodrigues renunciou na última segunda e não enfrentará eventual processo.
O pepista também teria sido responsável por pressionar o PTB para participar do esquema. Em suas defesas, o parlamentar tem pedido as provas das acusações formuladas por Roberto Jefferson. Ele disse que já passou pela investigação das duas comissões, Polícia Federal e Procuradoria da República, mas o que existe até agora é apenas a denúncia de Jefferson.
De Genu, os integrantes da CPI deverão questionar sobre os saques de cerca de R$ 4,1 milhões que fez das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Em depoimento à PF, Genu disse que pegava dinheiro em espécie e levava em uma mala para a sede do partido em Brasília. Genu, no entanto, afirmou que era um “mero portador” do dinheiro e que desconhecia sua finalidade. Confirmando as acusações de Roberto Jefferson, Genu disse que o dinheiro vinha em malas e que ele as colocava em uma sala no 17º andar do anexo 1 do Senado Federal, na “tesouraria” –como ele chamou– do PP.
Henry, um dos citados por Genu, ficou revoltado. Segundo ele, o local referido é a presidência do PP, e não a tesouraria: “É a sede nacional do partido. É um lugar aberto, um lugar público”, disse.