O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Cáceres (215 quilômetros de Cuiabá) ofereceu denúncia contra Joaci José de Almeida, Samuel Atala Gomes, Ronaldo da Silva, Adriano Lúcio da Conceição Proença, Jonas de Souza Silva, Rolando Pinto de Arruda, Eduardo José Silva,César Silva e Edson Justino, conhecido como “Garapeiro”, por peculato-furto e denunciou também Ronivaldo Ribeiro Moitinho, vulgo “Roni”, Ariane Ribeiro da Cruz, Wagner Ribeiro da Cruz, Elkia Dutra Ribeiro e Alessandro Monforte Baldo por receptação dos gabaritos das provas da Unemat – Universidade Estadual de Mato Grosso.
“Os delitos aconteceram em data próxima ao mês de maio deste ano, período da confecção e diagramação das provas do vestibular 2005-2, realizado nos dias 19 e 20 de junho e consequentemente anulado em razão de trama criminosa e planejada pelos denunciados”, relata na denúncia o promotor de Justiça da Comarca, Allan Sidney do Ó Souza.
O membro do MPE detalhou toda articulação desenvolvida no sentido de “subtrair as provas”do concurso vestibular,contando com a participação de funcionários da COVEST,entidade responsável pela confecção das provas vestibulares, e depois, repassá-las a professores de cursinhos preparatórios para resolver as questões e posteriormente vender os gabaritos.
A partir de então, após minuciosa investigação realizada pela Delegacia Especializada em Roubos e Furtos, constatou-se que os acusados Ronaldo da Silva, os professores Rolando e Jonas, Edson Justino, Eduardo e César Silva, todos passaram a negociar por até R$ 5 mil. Valores que, acrescenta a promotoria, podiam ser barganhados até R$ 400,00 e, em alguns casos, até serem entregues de graça.
Na denúncia, o Ministério Público Estadual destaca que o inquérito policial de 250 folhas (sem contar os anexos) demonstra um engenhoso esquema criminoso de difícil desbaratamento, dada a complexidade da fraude e por envolver pessoas preparadas, conluiadas com o objetivo exclusivo de fraudar o vestibular 2005-2 da Unemat. “E com isso maculando o bom nome e a tradição que goza aquela instituição de ensino superior perante a sociedade”, conforme trecho da denúncia.
Ressaltou também que esses delitos constituem um desestímulo para aqueles candidatos que exaustivamente se prepararam digna e honestamente para o concurso vestibular.