A CPI dos Correios recebe até a quarta-feira os documentos que estão em posse do STF (Supremo Tribunal Federal) que indicariam quais os parlamentares receberam recursos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no suposto esquema de pagamento de mesadas a deputados do PP e PL.
“Essas informações que virão são pólvora pura”, afirmou o relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR). “Passado pela perícia da Polícia Federal, será a prova material [do ‘mensalão’]”, acrescentou.
A documentação passa por uma perícia da Polícia Federal, mas, mesmo antes de concluída a análise da veracidade dos papéis, o presidente do Supremo, Nelson Jobim, comprometeu-se a repassar as informações.
O exemplo do Supremo não é seguido pelas instituições financeiras em que Marcos Valério teria contas. O Banco Rural e o Banco do Brasil não encaminharam, até o momento, os documentos pedidos pela CPI que indicariam a origem e o destino do dinheiro que comporia o “mensalão”.
Na semana passada, o BB enviou à secretaria da comissão, nove caixas com documentos das contas do empresário. Nenhuma delas continha as informações que a CPI havia pedido. “Faltam muitos documentos e estamos pensando de fato em proceder diligências no Banco Rural”, afirmou Serraglio.
O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) acrescentou que é preciso avaliar as informações passadas até o momento pelo Banco Rural. De acordo com ele, há desconfiança de que as informações estão sendo manipuladas. “Hoje tenho a desconfiança de que os bancos estão escondendo informações da CPI”, disse.