Pivô da maior crise política do governo Lula, o empresário Marcos Valério disse aos parlamentares da CPI dos Correios que uma de suas empresas, a agência de propaganda DNA, que contratos vigentes com o Banco do Brasil foram assinados antes do governo Lula, durante a gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso. “A DNA é uma empresa que atende o Banco do Brasil desde 1994. Tem 22 anos de existência”, disse.
Acusado de ser operador do “mensalão”, o empresário disse ainda aos parlamentares que todo o faturamento de suas empresas está devidamente declarado no Imposto de Renda.
“Fui avalista do PT, sim, somente do PT, no banco BMG a pedido do senhor Delúbio Soares. Após pagar um valor, pedi que meu nome fosse retirado do banco da condição de avalista”, afirmou Valério ao ser questionado pelo relator se já havia sido avalista de algum partido político.
Sobre o líder do PMDB e sua relação com ele, disse: “Encontrei realmente Borba, mas tratei de campanhas políticas, nunca tratei de cargos. Daqui a pouco eu vou ser um ministro sem pasta”, disse.
Sobre os relatórios do Coaf sobre os saques realizados nas contas de suas agência, disse: “Não sei os valores, não sei a relação de valores. Apenas sei que um documento sigiloso foi divulgado pela empresa”, afirmou.
“Eu evitei muito ir à mídia. Dei uma entrevista à Rede Globo levado pela minha família. Dei uma entrevista à Veja, que alguns fatos ali não coincidiram com o que declarei, por engano ou por não me fazer entender. Não falei mais à imprensa. Fui massacrado, julgado. Uma mídia que tem todo o direito dentro da liberdade democrática do nosso País. Sou empresário do ramo de publicidade, tenho uma empresa de eventos, uma filha de 13 anos, um menino de quatro, uma família. Um brasileiro normal”, disse Valério.
O depoimento dele continua na CPI.