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Assembléia não deve criar em Mato Grosso CPI dos desmatamentos

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A intenção da deputada Vera Araújo (PT) em instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar desmatamentos ilegais em áreas de preservação de Mato Grosso enfrenta resistências junto aos parlamentares. A deputada justifica dizendo que é preciso abrir sindicância para averiguar as delimitações reais das áreas de preservação e a metragem do desmatamento no Estado. “Vamos apurar as denúncias feitas pelo organismo que acusa o Governo do Estado. Já solicitei a criação de uma comissão e conto com o apoio dos outros parlamentares”, explicou Vera.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembléia, deputado Sérgio Ricardo (PPS) disse que é contra porque considera desnecessária toda a burocracia que envolve o trâmite dentro de uma CPI. Inclusive deve enviar na terça-feira um requerimento ao Executivo solicitando um levantamento de todas as licenças concedidas no Estado para exploração. Também será realizado um estudo de averiguação dessas áreas. “Acredito que existam mecanismos mais funcionais que podem dar as explicações sobre a procedência ou não das informações”, explicou Ricardo.

Para o vice-presidente da Assembléia Legislativa, deputado Zeca D’Ávila (PFL) a ação da deputada pode deflagrar polêmica desnecessária uma vez que, por intermédio de uma solicitação os mesmos documentos podem ser entregues para averiguação.

Já o líder da bancada do PFL na Casa, Dilce Dal Bosco acredita que a medida tomada pela colega é um pouco ‘precipitada’ uma vez que não há comprovação de ilegalidade na ação governamental. “Outros mecanismos podem ser utilizados para análise dos documentos. Não é necessário abrir uma CPI para averiguar isso”, disse Dal Bosco.

Outros parlamentares como Carlão Nascimento (PSDB) e Alencar Soares (PP) preferiram não se pronunciar a respeito. Todos os entrevistados disseram que não acreditam em fraude por parte do Governo Estadual.

Denúncias- No jornal inglês Independent, o governador Blairo Maggi (PPS) foi colocado como um dos grandes responsáveis pelo desmatamento da Amazônia. O texto foi baseado em relatório da organização não-governamental Greenpeace e em dados oficiais, segundo os quais o desmatamento na Amazônia cresceu 6% no ano passado em comparação a 2003. O índice é o segundo maior desde 1995. E metade do problema estaria em Mato Grosso. Contudo, o governador afirma que o desmatamento no Estado diminuiu nesse mesmo período em 2%.

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