O presidente do PT, José Genoino, defendeu nesta terça-feira uma rigorosa investigação das denúncias de corrupção envolvendo o presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), e o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, mas se mostrou contrário à instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
“O governo está investigando, já tomou todas as medidas que têm que ser tomadas. A Polícia Federal já está no caso. Tem que ser uma investigação rigorosa, como o governo já determinou. Eu acho que o Congresso deve acompanhar estas investigações e, se tiver qualquer dúvida, se tiver qualquer desconfiança, aí o Congresso tem seus instrumentos para fazer sua própria investigação”, analisou Genoino.
Os rumores no Congresso apontam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu “matar dois coelhos com uma única cajadada”, ao antecipar para hoje o almoço com os líderes da base aliada.
O primeiro objetivo seria evitar maior atrito com a realização do almoço previsto anteriormente que isolava o PT. O segundo objetivo seria pedir aos líderes que impeçam a instalação de mais uma CPI no Congresso e que confiem nas investigações feitas pelo governo.
Enquanto o governo articula para impedir a instalação da CPI, os líderes da oposição no Senado se reuniram no início da tarde para definir qual a estratégia para investigar o caso dentro do Congresso.
Segundo o líder do PFL, Agripino Maia (RN), ficou acertado que será uma CPI mista. As primeiras assinaturas para a sua instalação já foram colocadas. Para que a CPI mista seja criada precisa de assinaturas de apoio tanto na Câmara como no Senado.
Agripino Maia explicou que o objetivo da CPI não é acusar o PTB, mas sim o contrário, sair em defesa do partido. “O Congresso teve sua imagem atacada. Um dos principais partidos com representação na Casa foi atacado e o caso precisa ser investigado. Não podemos deixar que o PTB vire o bode expiatório”, disse Maia.