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Alckmin cobra apoio do PSDB ao seu nome

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Desconfortável, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, está cobrando amparo do PSDB antes de se lançar na disputa pela Presidência da República. Só que, para setores do PSDB, ele não se movimentou para a conquista do espaço que reivindica.

A seus interlocutores, Alckmin tem se queixado de insegurança para suas investidas. E a relação com os aliados do prefeito de São Paulo, José Serra, seria a fonte desse mal-estar.

A um tucano que encorajava sua candidatura, Alckmin disse que se ressentia da falta de apoio do partido. Na conversa, ele teria lembrado até sua dedicação à eleição de Serra, lamentando não estar recebendo o mesmo tratamento do PSDB.

Além de reclamar da divulgação de notas segundo as quais não basta ser um bom governador para ser o candidato ideal à Presidência, Alckmin nem sequer obteve do partido garantia de que dividirá apenas com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o melhor naco do horário eleitoral gratuito do PSDB, que vai ao ar a partir do fim do mês.

Revelado há um mês pela Folha, o impasse continua: para ganhar visibilidade nacional, Alckmin reivindica boa parte do horário eleitoral gratuito, de 60 minutos. Mas, entusiasmados com as pesquisas que o apontam como principal adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os amigos de Serra também exigem espaço para o prefeito nos programas de rádio e TV.

“Ouvi falar que ele [Alckmin] está incomodado. Mas o fato é que, enquanto o candidato não estiver definido, vai haver pulverização do tempo”, defendeu o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), acrescentando que a aparição de Serra é “inevitável” por ser ele um “líder nacional”, mas que, “a princípio”, ele não é candidato.

Os relatórios preliminares da pesquisa encomendada pelo partido, dando conta de um mau desempenho de Alckmin fora de São Paulo, estariam estimulando os defensores da candidatura do prefeito. Em resposta às queixas de Alckmin, aliados de Serra alegam que ele mesmo não agiu para merecer o destaque que tanto reclama. Segundo um deles, desde 2002, Alckmin é o favorito do PSDB, mas não decolou. Goldman concorda, ainda que de maneira mais sutil: “Essa articulação interna e a definição interna ainda não aconteceram”.

Líder do governo Serra na Câmara Municipal, José Aníbal discorda. “Alckmin é o candidato do PSDB à Presidência da República. E deve ser contemplado com maior parte do tempo do partido”, diz Anibal, após protagonizar uma queda-de-braço com o prefeito pelo comando no PSDB na capital.

O atual presidente do diretório municipal do partido, deputado Edson Aparecido, renunciou à presidência alegando necessidade de se dedicar mais à liderança do governo na Assembléia do Estado, tarefa que acumula. Em seu lugar, assumiria o vice-presidente, Ricardo Montoro. Derrotado na disputa pela presidência da Câmara, Montoro seria, finalmente, recompensado por Serra. A executiva reagiu, afirmando que era necessária a convocação de nova eleição. E José Anibal apoiou outro candidato.

Como a próxima eleição será somente em setembro, Edson Aparecido voltou ao cargo, adiando o embate. Mas um aliado de Alckmin aposta: governador e prefeito acabarão se confrontando na disputa pelo comando dos diretórios, especialmente depois que tucanos de fora da capital foram nomeados para subprefeituras da capital paulista.

“Um partido é feito de partes. Por enquanto, não existe essa unidade. Mas eles têm todas as condições de construir uma candidatura de consenso”, afirma o líder do PSDB, vereador Juscelino Gadelha.

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