Com o compromisso de garantir a governabilidade do estado numa política implementada pelo governador Blairo Maggi (PPS), desde as últimas eleições estaduais, lideranças progressistas de Mato Grosso constroem uma base sólida formada por caciques políticos visando o próximo pleito.
Nesta segunda-feira, cerca de três mil pessoas participaram do maior ato de filiação em massa já registrado na história política do Estado. A adesão de 13 prefeitos, 100 vereadores e quase mil lideranças municipais ao PP mobilizou toda a estrutura política atuante em Mato Grosso.
De acordo com o deputado Jose Riva, a estimativa é que 125 municípios tenham enviado pessoas para o ato, com a proposta de ampliar o domínio da legenda nas cidades do interior.
Também na Assembléia Legislativa a bancada progressista aumenta significativamente. A partir de agora mais quatro deputados estaduais fazem parte do quadro do PP: Riva, Eliene Lima, Campos Neto e Alencar Soares juntam-se a Chico Daltro e ao suplente Robson Silva, que ocupa a cadeira de Zé Carlos de Freitas (PFL) até meados deste ano. Eliene e Chico são os nomes que devem concorrer a uma vaga na Câmara Federal enquanto, o deputado federal Pedro Henry, sai a senador. Riva e Alencar concorrem a reeleição a articulam o grupo na Assembléia.
Com essas novas adesões, o PP torna-se o partido com a maior bancada na Assembléia Legislativa, com seis parlamentares atuantes. É seguido pelo PFL e PPS, exatamente os três partidos que juntos compuseram a coligação Mato Grosso Mais Forte, responsável pela eleição de Maggi e seu grupo político em 2002.
Na Câmara municipal, o líder do prefeito, vereador Guilherme Maluf (PFL) deve fechar ainda esta semana sua ida para o PP. Ele confirma o ‘namoro’ com os progressistas e a possibilidade de alçar vôos estaduais. “Existe uma conversação sim. Mas ainda não fechamos nada”, declarou Maluf.
Segundo o presidente regional do partido, deputado estadual Chico Daltro a meta é fortalecer a legenda e dar sustentação a reeleição do governador Blairo Maggi. “Somos parceiros do governo do Estado. Vamos lutar para reeditar a coligação Mato Grosso mais Forte”, declarou Daltro.
Já o líder do partido, o deputado federal Pedro Henry não ratifica o posicionamento de Daltro. Numa análise crítica a todos os segmentos da sociedade, o manifesto “O desafio Progressista” apontou pontos que merecem maior atenção do Governo do Estado nestes 20 meses finais de mandato- lido no ato de filiação da segunda-feira.
“Apoiamos a gestão estadual, mas existem pontos que terão de ser revistos. Por exemplo, a questão da segurança pública. Passamos de 9º para 6 º lugar no ranking de estados mais violentos. Ganhamos inclusive de São Paulo. Tem alguma coisa errada e tem que revista”, explicou. Henry também repetiu o discurso de que só vai a disputa ao senado se este for a decisão de todo o partido.
“O PP não se caracteriza por brigas e discussões. Ser for eu o candidato natural eu saio, senão não tem problema em ceder a vaga para outro”, explicou. Com a musculatura que ganhou nos últimos tempos, o manifesto pode ser o anúncio de uma disputa que poderá culminar no comando do executivo em 2006. “Para isso temos o Plano B. Estamos preparados para tudo”, disse.