A Polícia Federal (PF) encerrou hoje o inquérito sobre a tentativa de compra de um dossiê contra candidatos do PSDB em São Paulo, na última eleição.
O superintendente da PF em Cuiabá, delegado Daniel Lorenz, informou que sete pessoas foram indiciadas: duas por crime eleitoral, três por crime de lavagem de dinheiro e duas por crime contra o sistema financeiro nacional.
O delegado não revelou os nomes dos indiciados porque, segundo informou, o inquérito corre em segredo de Justiça. “A polícia tem a plena convicção de que conseguiu comprovar a origem e estabelecer toda a trajetória de entrada no país e depois a posterior entrega dos dólares no Hotel Íbis, em São Paulo”, afirmou Lorenz.
No entanto, ele reconheceu: “Só não tivemos sucesso em relação aos reais apreendidos”. E explicou que parte do dinheiro, US$ 248.800, “veio dos Estados Unidos, passou pelo banco Sofisa e depois por uma casa de câmbio no Rio de Janeiro, até ser sacada de forma fraudulenta”.
O inquérito será remetido ao Ministério Público Federal, que poderá determinar a denúncia à Justiça, o arquivamento ou pedido de novas diligências à PF. Segundo Lorenz, o inquérito tem mais de 1.400 páginas, divididas em 31 volumes. Foram ouvidas 28 pessoas e investigadas mais de um milhão de movimentações bancárias, além de mil ligações telefônicas.
Em setembro, o agente aposentado da PF Gedimar Pereira Passos e o militante do PT Valdebran Padilha foram presos no hotel com cerca de R$ 1,7 milhão, em dólares e reais. O dinheiro seria utilizado para a compra de um suposto dossiê com fotos e vídeos que envolveriam os então candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin com o esquema de venda de ambulâncias a preços superfaturados.
A venda seria feita pelo dono da empresa Planam, Luiz Antônio Vedoin, e o tio dele, Paulo Roberto Dalcol Trevisan, apontados como líderes do esquema.