Depois do encontro com integrantes do PDT, o quinto encontro com lideranças partidárias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o “mandato da divergência acabou”. Nos últimos dias, o presidente tem se reunido com políticos de diversos partidos com o objetivo de construir um governo de coalizão no segundo mandato. Na manhã de hoje (28), ele se reuniu com dirigentes do PDT que, na saída, informaram que Lula convidou o partido para integrar a coalizão.
Segundo o presidente, governo de coalizão é uma experiência nova no país. “O mandato da divergência acabou. Nós podemos construir o mandato da convergência. É uma experiência nova no Brasil governar com coalizão. A diferença é que o Brasil tem uma cultura política, eu diria, democrática e conturbada. O que ficou provado no processo eleitoral é que o povo conseguiu definir bem, soube diferenciar o que era turbulência de verdade e encenação política, jogo eleitoral. O povo deu uma lição de sabedoria política em todos nós”, disse após cerimônia de entrega de títulos de posse de terra a comunidades quilombolas.
Sobre o encontro com o PDT, Lula disse que o partido é peça fundamental na base aliada e que vai aguardar a resposta dos pedetistas. O presidente nacional do partido, deputado federal Carlos Lupi (RJ), disse que vai apresentar a proposta à bancada e ao diretório nacional, mas que a decisão só deve sair no ano que vem. Questionado se irá dialogar com os governadores eleitos do PSDB Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), Lula disse que vai chamá-los para uma conversa. “Não tem data. Vou chamá-los para conversar. São meus amigos antes de tudo”.
Outro partido que também esteve no Palácio do Planalto foi o Partido Verde (PV), que se reuniu com o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro. Os dirigentes do partido sugeriram uma agenda mínima para que o governo cumpra, como tinham sinalizado na semana passada. Essa agenda proposta pelo partido está dividida em três grandes temas: a questão ambiental, a reforma política e a política cultural brasileira. Entre as propostas estão políticas para conter as fronteiras agrícolas, a suspensão da vigência da cláusula de barreira até a aprovação da nova legislação eleitoral e o fortalecimento político e institucional do ministério da Cultura.
Segundo o presidente do partido, José Luiz Penna, o ministro Tarso Genro sinalizou que o governo pode atender essas sugestões. Os dirigentes do partido também esperam fazer parte do conselho político do governo. De acordo com Penna, o partido deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 5 para oficializar uma decisão sobre a postura que o partido vai adotar no próximo governo.