O ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Veloso afirmou que não se lembrava de ter ligado várias vezes para Gedimar Passos quando este estava no Hotel Íbis, em São Paulo, para negociar o dossiê contra integrantes do PSDB. Veloso, que depõe neste momento na CPMI das Sanguessugas, colocou em dúvida o relatório elaborado pela Polícia Federal sobre a sua quebra de sigilo telefônico.
Em setembro, Veloso estava em Cuiabá acompanhando a entrevista de Luiz Antônio Vedoin à revista IstoÉ. Passos estava em São Paulo com o empresário Valdebran Padilha, ocasião em que foram apreendidos R$ 1,7 milhão relativos à compra do dossiê. “Não me lembro de ter falado com Gedimar em São Paulo [por telefone]”, disse Veloso.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPMI, contestou a versão do ex-diretor. Segundo Gabeira, os telefonemas teriam ocorrido por causa de negociação financeira para a entrega dos documentos.
Diante do impasse, o vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), sugeriu uma acareação entre Veloso e Passos. “Por que não fazemos uma acareação entre Vedoin e Barjas Negri?”, reagiu o deputado Eduardo Valverde (PT-RO). Valverde lembrou a informação trazida hoje por Veloso, e por Jorge Lorenzetti ontem, de que os 15 cheques que integravam o dossiê pagaram restos da campanha de José Serra (PSDB) à Presidência entre novembro de 2002 e fevereiro de 2003.
A reunião da CPMI ocorre na sala 2 da ala senador Nilo Coelho, no Senado